No dia 4, o Ministério da Saúde informou que havia conseguido antecipar parte das 38 milhões de doses adquiridas com a farmacêutica para junho.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, informou que os 3 milhões de doses da vacina da Janssen que devem chegar ao Brasil na semana que vem têm prazo de validade até 27 de junho. Como o imunizante é importado, o país terá de 10 a 14 dias para receber, distribuir e aplicar todas as doses.
Segundo Carlos Lula, o Ministério da Saúde consultou o Conass e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) para saber como proceder com a oferta de antecipação da farmacêutica mediante com um prazo de validade apertado.
“O ministério nos consultou na semana passada se valia a pena aceitar as 3 milhões de doses com prazo de validade para junho. Respondi que, no ritmo em que estamos vacinando, conseguiremos aplicar todas as doses, mas vai ser preciso um maior esforço”, diz Carlos Lula.
No dia 4, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga anunciou que o governo conseguiu antecipar com a farmacêutica a entrega de 3 milhões – de 38 milhões de doses – da vacina para junho, mas não informou na ocasião que o prazo de validade expirará no final do mês.
Na tarde desta terça-feira (8), Queiroga confirmou durante o seu depoimento à CPI da Covid que o lote com as de doses da Janssen tem validade até 27 de junho. “Isso foi pactuado com o PNI. Entendemos que temos que fazer uma estratégia para aplicar essas 3 milhões de doses em um prazo muito rápido e não correr o risco de vencer vacinas”, disse Queiroga à CPI.
O secretário executivo do Conasems, Mauro Junqueira aponta que o país está vacinando cerca de 700 mil pessoas por dia, mas que o número é baixo não por causa da logística, mas sim da falta de vacinas no Brasil.
“Seria errado se não aceitássemos. Nós precisamos de vacinas. Vamos ter um prazo curto, mas obviamente vai dar para operacionalizar”, afirma Junqueira.
O Brasil firmou um acordo com a Janssen de receber um total de 38 milhões de doses com entregas no 3º e no 4º trimestre. A vacina requer a aplicação só de uma dose, ao contrário da maioria das vacinas aplicadas atualmente contra a Covid, que exigem duas doses.
Somente para as capitais
Diante do desafio de receber e aplicar todas as 3 milhões de vacinas em apenas 10 a 14 dias, os Conselhos orientaram o Ministério da Saúde a distribuir as vacinas da Janssen somente para as capitais.
“Ainda está sendo discutido, mas a ideia é que a gente concentre nas capitais os 3 milhões de doses e faça uma compensação para o interior com as demais vacinas. Chegando mais vacinas, a gente faz a compensação”, explica Junqueira.
“Mas é uma vacina de dose única, isso vai facilitar muito o processo”, diz o secretário executivo do Conasems.
Mesmo distribuindo as doses somente para as capitais e o Distrito Federal, o presidente do Conass afirma que o tempo previsto entre chegada e distribuição das doses para todo o país deve ser de, no máximo, 48 horas. Uma vez nos postos de vacinação, “é recomendado que as secretarias escolham um dia para aplicar somente as doses da Janssen”, diz Carlos Lula.
A temperatura de armazenamento e transporte da vacina também não oferece desafios à logística, uma vez que pode ser mantida entre 2ºC e 8ºC em por até três meses.
Diferente das vacinas CoronaVac e AstraZeneca/Oxford, o imunizante da Janssen não tem previsão de parceria para ser produzido no Brasil. Cada dose do imunizante vai custar US$ 10 ao governo federal.
G1 bEM ESTAR