Candida auris: entenda o que é o superfungo que causa preocupação global


Microrganismo apresenta resistência aos principais medicamentos antifúngicos

Candida auris é um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública devido à capacidade do microrganismo de resistir aos principais medicamentos antifúngicos.

As infecções por C. auris têm surgido em todo o mundo, muitas vezes com alta morbidade e mortalidade associadas. Estudos apontam que até 90% dos isolados de C. auris são resistentes a fluconazol, anfotericina B ou equinocandinas.

O estado de Pernambuco registrou três casos confirmados do fungo, que é motivo de alerta em todo o mundo.

O fungo é um agente causador de doença oportunista, relatado pela primeira vez no Japão em 2009, em um caso de otomicose. Desde então, foi relatado em todos os continentes, com exceção da Antártica.

O primeiro caso de C. auris no Brasil foi identificado em novembro de 2020, em um paciente de 59 anos, internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI) em Salvador, na Bahia. O fungo foi detectado após análise técnica pelo Laboratório Central de Saúde Pública Prof. Gonçalo Moniz (Lacen/BA) e pelo Laboratório do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Desde março de 2017, o Brasil possui um documento com orientações de como os serviços de saúde (hospitais, clínicas, laboratórios, entre outros) devem proceder para prevenir e controlar a disseminação fungo.

Características do superfungo

Ao contrário da maioria dos fungos ambientais, o C. auris apresenta tolerância a temperaturas elevadas de 37°C a 42°C. Além disso, conta com uma capacidade de sobreviver a condições ambientais adversas por longos períodos, adaptando-se fora do hospedeiro humano.

Essas características aumentam o risco de surtos hospitalares, uma vez que a colonização e as infecções podem ter origem em fontes ambientais, como dispositivos médicos contaminados e mãos de profissionais de saúde.

O fungo pode causar infecção na corrente sanguínea e outras infecções invasivas que podem ser fatais, principalmente em pacientes imunocomprometidos ou com comorbidades.

As pessoas que contraem infecções invasivas pelo fungo geralmente já estão doentes devido a outras condições médicas, o que torna difícil distinguir se um paciente apresenta a infecção por C. auris. O diagnóstico é feito a partir de exames de laboratório.

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, os sintomas mais comuns são febre e calafrios que não melhoram após o tratamento com antibióticos para uma suspeita de infecção bacteriana.

Outro aspecto negativo é que os pacientes podem permanecer colonizados por esse microrganismo por muito tempo, sem infecção, favorecendo a propagação para outras pessoas e a ocorrências de surtos em serviços de saúde, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A prevenção inclui a colaboração de profissionais de saúde, familiares e pessoas próximas de pacientes infectados. As medidas incluem a higienização das mãos com água e sabão, o uso de aventais e luvas, além da limpeza dos quartos dos pacientes.

CNN BRASIL

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