Na nova edição da Viver Bem em Revista trouxemos uma reportagem sobre Cardiopatia Congênita, mostrando os desafios que os pacientes enfretam para obter o diagnóstico precoce e o tratamento adequado para a doença. No Rio Grande do Norte, a Amico (Associação Amigos do Coração da Criança0, presidida pelo anestesiologista Dr. Madson Vidal é praticamente o único acesso dessas crianças para o tratamento da cardiopatia congênita. “A gente tem um sonho de que toda criança nascida com cardiopatia congênita nascida no Rio Grande do Norte tenha direito ao tratamento e lute pela vida”, revela dr Madson.
No bate papo para a Viver Bem em Revista, Dr. Madson Vidal fala sobre 3 pontos.
1. Desafios
A vida nunca foi fácil para as crianças cardiopatas. A natureza da doença é complexa e a gente perde ainda muitas crianças no sistema público de saúde brasileiro sem que elas saibam nem do que morreu quando na verdade a causa foi cardíaca.
2. Resultados
Aqui no RN, com ajuda da Amico, nós conseguimos tratar acima da média nacional. Conseguimos atender entre 40% e 50% das crianças cardiopatas que nascem no estado. São cerca de 500 crianças por ano com algum tipo de cardiopatia e, dessas crianças, 20% tem um sopro inocente e vão curar espontaneamente. Então restam 400 crianças em média que precisam de um tratamento mais complexo. Ou seja, a gente chega a operar e tratar mais de 200 crianças por ano. Um número bem acima da média nacional através de um instrumento não-governamental subsidiados pela sociedade que faz com que a gente consiga diagnosticar e tratar mais crianças. O ideal seria que todo bebê, ainda na barriga na mãe, fizesse o ecocardiograma fetal entre a vigésima e vigésima oitava semana de gravidez para detectar uma possível cardiopatia congênita. Mas na prática isso não acontece. A jornalista Flávia Freire, por exemplo, poderia ter recorrido a uma equipe especializada em cardiopatia para o nascimento de Julinho, caso tivesse realizado o eco cardiograma fetal na gestação. Graças a Deus, Julinho foi atendido a tempo e está aí esbanjando saúde. Mas, infelizmente muitas crianças morrem sem o diagnóstico da cardiopatia.
3.Qual o objetivo da AMICO?
O objetivo maior da AMICO é fazer com que mais crianças sejam diagnosticadas e tratadas. A gente quer se aproximar dos 100% . Em 2019, a Amico cadastrou 343 crianças. Isso para mim é fantástico. Corresponde a quase 70% das crianças que precisam de atendimento para tratar a sua cardiopatia.
Nossos planos para incrementar o nosso serviço é oferecer o exame de ecocardiograma fetal. A gente já tem o aparelho de ecocardiograma, mas é preciso uma sonda para chegar ao coraçãozinho do bebê no útero da sua mãe. A meta era chegar no final do ano com esse serviço em funcionamento, mas em virtude da pandemia tivemos que retardar um pouco. Também está nos planos da Amico a interiorização dos serviços, levando esse equipamento de ecocardiograma duas vezes por mês para as cidades mais distantes do interior, fazendo uma verdadeira caça as crianças cardiopatas do RN. A gente tem um sonho de que toda criança nascida com cardiopatia congênita nascida no Rio Grande do Norte tenha direito ao tratamento e lute pela vida.