Casos de cegueira podem ser evitados se tratamento for realizado a tempo


João Pedrosa de Huol/UFRN

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 75% dos casos de deficiência visual poderiam ser evitados com prevenção ou tratamento. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 6 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência visual no Brasil, grande parte também poderia ter sido evitada. O Dia Mundial da Saúde Ocular é celebrado em 10 de julho, uma data para reforçar os cuidados e reduzir a ocorrência e agravamento de doenças oculares que podem levar à cegueira.

A médica Letícia Araújo Costa Uchoa, residente de Oftalmologia no Hospital Universitário Onofre Lopes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Huol-UFRN), destaca o acesso à atenção integral. Uchoa ressalta que o hospital da Rede Ebserh oferece acesso tanto a formas de cuidado integral ao paciente quanto a exames e tecnologias que contribuem para a formação de especialistas.

Segundo a médica, o Onofre Lopes é referência estadual da recepção de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), com atenção integral e atendimento em subespecialidades como catarata, retina, córnea, plástica ocular, glaucoma e estrabismo. “Nós podemos oferecer tanto a parte medicamentosa como resoluções. Temos um centro cirúrgico muito bem equipado para resolver grande parte dos problemas que chegam para a gente. Então, temos um papel muito importante na saúde ocular”, afirma.

Saiba mais:

PRINCIPAIS DOENÇAS OCULARES:

Conjuntivite aguda bacteriana: é reconhecida pela vermelhidão ocular mais secreção purulenta. Recomendações: fazer lavagens e limpeza local frequentes com soro fisiológico ou água filtrada fervida. Se não houver melhora em dois ou três dias, procurar um oftalmologista.

Conjuntivite aguda viral: é reconhecida pela vermelhidão ocular com lacrimejamento e pouca secreção; às vezes, pode ocorrer hemorragia. Se não houver melhora em menos de uma semana, deve-se procurar um oftalmologista.

Tracoma: é uma conjuntivite crônica, reconhecida por vermelhidão ocular, que pode levar à cegueira. Deve ser tratada pelo oftalmologista.

Catarata: a lente interna do olho (cristalino) vai ficando opaca. É reconhecida pela alteração de cor da pupila, que pode variar entre o cinza e o branco. Acarreta a perda da acuidade visual aos poucos, porém sem dor. Deve ser tratada com cirurgia pelo médico oftalmologista.

Glaucoma: é o aumento da pressão intraocular. Deve ser diagnosticada e tratada pelo oftalmologista. Pode causar cegueira irreversível.

DICAS DE ESPECIALISTAS

Crianças – Há vários sinais que devem ser observados, principalmente em crianças que apresentem eventualmente dificuldade de aprendizado. Muitas vezes isso pode ser problemas visuais.

Adultos – O exame periódico deve ser feito para controle da pressão ocular e avaliação de grau. Pacientes diabéticos, que podem ter a retinopatia diabética, também têm que fazer consultas periódicas.

Consultas – As consultas de rotina com oftalmologista devem ser feitas pelo menos uma vez ao ano, principalmente quem já tem algum problema ou histórico familiar de problema nos olhos.

Olho – O olho vermelho abre um leque de diagnóstico muito grande. O olho com secreção, baixa visão súbita e dor também são sinais importantes para procurar o oftalmologista.

FORMAS DE PREVENÇÃO

Dieta – Hábitos de vida saudáveis, com uma dieta equilibrada. Boa hidratação, prática regular de atividades físicas e cuidados com a saúde mental têm impacto não só sobre as doenças sistêmicas, mas sobre várias doenças oculares.

Evitar cigarro e álcool – Evitar o tabagismo e a ingestão excessiva de álcool são hábitos que favorecem a saúde ocular.

Não coçar o olho – Outro hábito indesejável, mas comum, é o de coçar os olhos, que deve ser evitado.

Proteção – A exemplo da proteção que fazemos da nossa pele, utilizando filtros solares, os olhos também devem ser protegidos da radiação ultravioleta, principalmente nos dias ensolarados e nas atividades ao ar livre. O uso de óculos escuros, bonés e mesmo chapéus não deve ser negligenciado.

Evitar automedicação – Assim, com à exceção do soro fisiológico e dos colírios lubrificantes (chamados de “lágrimas artificiais”), o uso de colírios, remédios ou substâncias sem orientação médica deve ser evitado, mesmo que vizinhos, amigos ou familiares os recomendem. Alguns colírios, como aqueles contendo corticoides, podem ter efeitos colaterais graves, como o glaucoma e a catarata, exigindo acompanhamento pelo oftalmologista.

Cosméticos – A região dos olhos é muito sensível e deve ser respeitada também durante a aplicação de cosméticos e outras substâncias potencialmente irritativas ou alergênicas.

Cuidados com trauma – O trauma ocular é uma importante causa de perda da visão na infância e na idade adulta. E a maioria desses acidentes nos olhos acontecem em casa e no ambiente de trabalho, podendo ser prevenidos. Deve-se ter muito cuidado com objetos pontiagudos, substâncias irritantes ou tóxicas, que devem ser mantidos longe do alcance das crianças. O uso de equipamentos de proteção individual (como os óculos de proteção) também é recomendado para quem trabalha em situações de risco.

UFRN

 

ASSISTA O PODCAST SOBRE SAÚDE OCULAR COM OS OFTALMOLOGISTAS DR. MARCELO FARIA E DRA. HELOISA MELO, DO INSTITUTO MARCO REY

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