Especialistas analisaram artigos publicados na última década sobre a pouco compreendida “lacuna do sono” que existe entre homens e mulheres
Você já ouviu falar que a qualidade de sono das mulheres é pior que a dos homens? Uma revisão de estudos publicada na revista Sleep Medicine Reviews indicou que o relógio biológico deles funciona cerca de seis minutos mais rápido do que o delas, entre outras descobertas.
De acordo com os trabalhos analisados, as mulheres têm quase 60% mais chances de sofrer de insônia em comparação com os homens. Elas relatam ter mais noites ruins que eles, sendo frequentes as queixas relacionados à qualidade do sono.
Já os homens tendem a ter um sono menos restaurador, são mais propensos a serem notívagos (característica de quem tem hábitos ou costumes noturnos) e enfrentam uma maior incidência de apneia do sono.
As diferenças no ritmo circadiano chamaram a atenção dos pesquisadores. As mulheres secretam melatonina mais cedo do que os homens, e a temperatura corporal central também atinge o pico mais cedo entre elas. Esses fatores, combinados com outras variações hormonais e físicas entre os sexos, contribuem para uma experiência de sono distinta.
Relógio biológico
A neurocientista Renske Lok, uma das principais autoras do estudo, destaca a importância das informações: “Embora uma diferença de seis minutos possa parecer pequena, é significativa no contexto do relógio biológico. O desalinhamento entre o relógio interno e os sinais ambientais, como luz e escuridão, pode ter consequências graves para a saúde ao longo do tempo.”
Os problemas de sono nas mulheres também estão associados a distúrbios de saúde mental, como ansiedade e depressão, que são mais comuns nelas do que nos homens. Além disso, as mulheres apresentam maior chance de desenvolver distúrbios alimentares relacionados ao sono e a síndrome das pernas inquietas.
O estudo destaca a necessidade urgente de abordagens personalizadas na medicina do sono, levando em consideração as diferenças biológicas entre homens e mulheres. Compreender essas disparidades pode abrir caminho para tratamentos mais eficazes e direcionados, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar geral.
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