Colonoscopias aumentaram 33% em 2022, segundo levantamento da SBCO em base do DATASUS


A realização dos procedimentos decaiu devido à pandemia de Covid-19, porém, informações levantadas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica junto ao dados do Ministério da Saúde mostram que houve retomada no ano passado

A campanha Março Azul tem o objetivo de conscientizar a população brasileira sobre a importância do diagnóstico precoce e rastreamento do câncer colorretal. Nos últimos três anos, a realização da colonoscopia – fundamental para o diagnóstico precoce da doença – diminuiu devido às medidas restritivas, como a suspensão dos serviços de colonoscopia nos hospitais.

Em 2019, conforme levantado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) 347 mil colonoscopias foram registradas no DATASUS, banco de dados do Ministério da Saúde. Em 2020, muitos exames deixaram de ser realizados, visto que o número caiu para 241 mil. Em 2021, uma leve retomada: 304 mil. No ano de 2022, os procedimentos aumentaram para 407 mil no Brasil. A boa notícia é que os resultados do último ano superam a quantidade de colonoscopias realizadas anteriormente à pandemia de Covid-19.

O câncer colorretal é o segundo mais letal do planeta. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que os hospitais brasileiros irão tratar cerca de 45 mil novos casos da doença a cada ano do triênio 2023-2025. A Organização Mundial de Saúde calcula que essa região representa 10% dos diagnósticos de câncer no mundo.

A colonoscopia é um procedimento fundamental na rotina dos hospitais. Consiste no exame minucioso do interior do intestino grosso com um tubo flexível contendo uma pequena câmera na ponta. O equipamento chamado colonoscópio é inserido pelo ânus e se move pelo cólon em busca de anomalias ou doenças. Dessa forma, a colonoscopia é um procedimento ideal para detectar e diagnosticar doenças do cólon, como pólipos (lesões na parede do intestino), doença inflamatória intestinal e câncer. Também é possível coletar amostras para análise em laboratório. A maioria dos tumores são originários de pólipos benignos, identificados pela colonoscopia.

Marcus Valadão, Diretor Científico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, reforça a eficácia de investir no rastreamento do câncer colorretal: “É muito mais barato prevenir, fazer colonoscopia e retirar pólipos que podem se transformar em câncer. O tratamento do câncer tem um custo muito maior, pois será necessário cirurgia, quimioterapia, radioterapia, etc”, afirma.

Conforme o cirurgião, o Brasil precisa de mais investimento em programas de rastreio, por meio, principalmente, do aumento de infraestrutura hospitalar e tratamento preventivo. “Esse gargalo ocorre não só no SUS, mas no sistema de saúde privado também”, informa. O cirurgião oncológico e presidente da SBCO, Héber Salvador, explica que a entidade, com base em diretrizes da Sociedade Americana de Câncer (ACS), recomenda que o exame seja realizado a partir dos 45 anos em pessoas sem sintomas e sem histórico familiar de câncer colorretal, ou mais precocemente (dez anos antes da idade do caso ocorrido na família) e/ou em portadores de Síndrome de Câncer Hereditário.

Câncer colorretal: quais são os sintomas?

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica recomenda procurar um médico especializado ao sentir estes sintomas:

  • presença de sangue nas fezes;
  • alternância entre diarreia e prisão de ventre;
  • fezes muito finas e compridas;
  • perda de peso inesperada;
  • sensação de fraqueza e anemia;
  • dor ou desconforto abdominal;
  • presença de massa abdominal.

Como prevenir?

Os principais fatores de risco para o câncer colorretal são a alimentação desequilibrada, sedentarismo, obesidade, tabagismo e hereditariedade. Dessa forma, os médicos recomendam manter alimentação saudável, buscar um peso corporal adequado, praticar atividades físicas regularmente e evitar exposição ao cigarro e álcool. Além disso, seguir as recomendações de rastreamento.
(colonoscopia a partir dos 45 anos).

 

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