Câncer de rim é mais comum nos homens e principais causas são modificáveis: obesidade, diabetes, tabagismo, índice de massa corpórea (IMC) elevado e uso crônico de medicações para controle de hipertensão, informa a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO)
O câncer de rim é uma doença silenciosa que afeta milhares de pessoas no mundo. De acordo com a plataforma GLOBOCAN (IARC/OMS), mais de 430 mil novos casos são diagnosticados globalmente por ano e mais de 11 mil novos casos anuais no Brasil, sendo mais de 7 mil desses casos em homens. Além disso, são registradas mais de 4 mil mortes por ano no país. O tipo mais comum é o carcinoma de células renais, responsável por cerca de 90% dos diagnósticos, segundo a American Cancer Society (ACS). O vocalista da banda 3 Doors Down, Brad Arnold, revelou nesta semana que foi diagnosticado com carcinoma de células renais em estágio 4.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) alerta que a doença pode ser prevenida com a adoção de hábitos de vida saudáveis. Isso porque os principais fatores de risco associados ao surgimento de câncer de rim são doenças e hábitos potencialmente modificáveis, comuns na população ocidental, como obesidade, diabetes, tabagismo, índice de massa corpórea (IMC) elevado e uso crônico de medicações para controle de hipertensão. São características que fazem desta doença uma causa de morte evitável.
“Os hábitos que mais contribuem para a prevenção do câncer de rim são a adoção de dieta equilibrada, rica em vegetais e sem excessos de carnes vermelhas e gorduras animais, assim como a cessação do tabagismo, controle de peso e a inclusão da atividade física na rotina diária como medida de redução das taxas de obesidade”, destaca Pinheiro.
Além da prevenção primária (evitar os fatores de risco), também é importante adotar medidas de prevenção secundária (diagnóstico precoce). De acordo com o levantamento SEER de estimativas de câncer para 2022, da American Cancer Society, em média 75,6% dos pacientes norte-americanos vivem ao menos cinco anos após o tratamento. Quando o tumor está restrito ao rim, a taxa de sobrevida em cinco anos sobe para 92,7%.
Diagnóstico de câncer de rim
O diagnóstico do câncer de rim geralmente começa com exame físico e análise do histórico de saúde do paciente. “Exames laboratoriais, como análises de sangue e urina, podem fornecer pistas importantes — por exemplo, níveis alterados de hemoglobina ou a presença de sangue ou células anormais na urina. Já os exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM), são fundamentais para visualizar a localização e o tamanho do tumor renal. Em alguns casos, é indicada uma biópsia, em que uma pequena amostra do tecido é retirada com uma agulha fina para análise laboratorial. Esses exames ajudam a confirmar o diagnóstico e a definir o estadiamento da doença, passo essencial para o planejamento do tratamento”.
Além disso, algumas condições genéticas hereditárias aumentam a predisposição ao câncer renal. Entre elas estão a doença de von Hippel-Lindau, a síndrome de Birt-Hogg-Dubé, o complexo de esclerose tuberosa, o carcinoma papilar renal hereditário e o câncer renal familiar. O aconselhamento e teste genético podem indicar a realização de exames mais frequentes ou medidas profiláticas, como cirurgias redutoras de risco.
Tratamento de pacientes com câncer de rim
O tratamento do câncer de rim, para os casos iniciais, costuma ser a remoção do órgão por cirurgia. A nefrectomia parcial, remoção apenas do tumor, é preferida sempre que possível, pois preserva a função renal. Já para os tumores maiores ou mais avançados, pode ser necessário remover todo o rim (nefrectomia radical) e, em alguns casos, associar medicamentos como a imunoterapia. Em situações específicas, como em pacientes com risco cirúrgico elevado, técnicas minimamente invasivas como a crioablação ou a ablação por radiofrequência também são consideradas. Embora não haja um método de rastreamento populacional para diagnóstico precoce de câncer de rim é importante estar atento aos sintomas que, embora inespecíficos (podendo ser confundidos com os de outras doenças), são importantes alertas: sangue na urina, dor lombar de um lado, massa (caroço) na lateral ou na parte inferior das costas, fadiga, perda de apetite, perda de peso, febre e anemia.