Pesquisa mostra que o consumo de 50 a 100 gramas diárias do alimento teve bons resultados na redução de perda óssea e inflamação após a menopausa
Comer ameixas secas pode reduzir os marcadores de inflamação e a perda óssea após a menopausa. Isso é o que indica um estudo publicado na revista The Journal of Nutrition no último dia 19 de novembro.
“É importante compreender melhor como as abordagens não farmacológicas, como estilo de vida e escolhas alimentares, também podem afetar a progressão e a atenuação da perda óssea”, disse em comunicado Mary Jane De Souza, professora do Departamento de Cinesiologia da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e investigadora principal do estudo.
Com a inclusão de 50 a 100 gramas de ameixa seca na dieta (cerca de 5 a 12 ameixas), há uma redução significativa das citocinas inflamatórias (proteínas que ajudam a controlar a inflamação) e dos monócitos ativados (células imunológicas que impulsionam a resposta inflamatória crônica), observa o estudo.
“Essas descobertas podem ser atribuídas à abundância de compostos bioativos encontrados nas ameixas secas, incluindo vitaminas, minerais, ácidos fenólicos e polifenóis, que provavelmente agem em sinergia para suprimir os monócitos ativados e sua secreção de citocinas inflamatórias que reabsorvem os ossos”, explicou Connie Rogers, professora e chefe do Departamento de Ciências Nutricionais da Universidade da Geórgia, e coautora da pesquisa.
A análise complementa um estudo maior de duração de 12 meses chamado PRUNE, que analisou os marcadores de estresse imunológico, inflamatório e oxidativo ligados ao consumo de ameixas secas e seus efeito protetor ósseo após a menopausa.
Foram consideradas mulheres não fumantes, não gravemente obesas e com idades entre 55 e 75 anos. Para o estudo, elas se abstiveram de tomar suplementos fenólicos e de comer grandes quantidades de frutas que contêm fenólicos, como maçã e mirtilos, durante os dois meses que antecederam a pesquisa.
As 183 participantes foram então divididas em três grupos: de controle, que não consumiu ameixas (70 pessoas), aquelas que consumiram 50g por dia (67 pessoas) e as que comeram 100g por dia (46 pessoas) durante os 12 meses. Todas consumiram mais de 90% do tratamento prescrito e também receberam uma dose diária de cálcio e vitamina D3 para atender as doses recomendadas (1200g de cálcio e 800 UI de vitamina D3), mas seguiram dietas livres.
“O estudo anterior que conduzi mostrou conexões entre a integridade óssea do quadril e o consumo diário de ameixas secas – onde mulheres na pós-menopausa que não comiam ameixas secas perderam 1,5% da densidade óssea do quadril em comparação a mulheres que comiam de 5 a 6 ameixas secas diariamente”, acrescentou De Souza. “Coletivamente, essas descobertas têm importância prática significativa, dada a prevalência de perda óssea nessa população.”
A pesquisa ainda destaca a importância de compreender o papel dos alimentos na prevenção e no controle de doenças.