Coronavírus: o que acontece se atrasar a segunda dose da vacina?


A notícia de que algumas prefeituras no estado de São Paulo terão que esperar para iniciar a aplicação da segunda dose da Coronavac em idosos acima dos 90 anos frustrou as expectativas de quem acreditava que finalmente estaria protegido— ou de que algum ente querido estaria protegido— contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2).

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o motivo para a demora seria que as doses da segunda etapa de vacinação desse público ainda não chegaram a diversas cidades paulistas como São José dos Campos, Franca, Indaiatuba e Batatais. O prazo máximo para a aplicação nessas cidades expira em 5 de março.

O Instituto Butantan recomenda que a segunda dose da Coronavac deve ser aplicada em um período entre 14 e 28 dias após a primeira. Já quem recebeu a dose da vacina AstraZeneca/Oxford (que será produzida no Brasil pela Fiocruz) pode esperar um pouco mais: o período recomendado é três meses.

Em ambos os casos, qualquer atraso é preocupante. “Os estudos, os níveis de eficácia, tudo é feito com base na aplicação das duas doses das vacinas”, explica Natália Pasternak, doutora em microbiologia e presidente do Instituto Questão de Ciência. “Uma aplicação só, portanto, deixa aquela pessoa vulnerável, ela não está protegida de forma adequada e pode adoecer”, alerta.

O que acontece se atrasar?

Sim, o atraso da segunda dose é bastante preocupante porque a pessoa tem mais chances de ficar doente enquanto aguarda a aplicação. Dito isso, é importante saber que, mesmo atrasada, a segunda aplicação deve ser feita assim que possível. “O indivíduo não vai perder a imunidade constituída após a primeira dose”, afirma Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). “A segunda dose é um reforço, uma forma de estimular o corpo a produzir um número ainda maior de anticorpos.”

Ela lembra ainda que o calendário de vacinação deve ser seguido de acordo com o imunizante utilizado. Ou seja, quem tomou a Coronavac deve aguardar a segunda dose da mesma estar disponível e não tentar receber a vacina da AstraZeneca/Oxford, por exemplo. “Esse uso cruzado não foi testado e não deve ser feito, pois é considerado um erro de aplicação”, explica a especialista.

UOL 

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