A hipertensão arterial é uma doença crônica considerada uma das principais causas de óbitos no mundo inteiro. Além do risco aumentado para diversas complicações cardiovasculares, quem sofre com a pressão alta pode apresentar um quadro agravado em casos de contaminação pelo novo coronavírus.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde, além dos hipertensos, idosos, diabéticos e obesos também estão no grupo de risco e têm mais chances de complicações pelo coronavírus, como febre alta, dificuldade para respirar e a necessidade de respiradores mecânicos.
Para Elcio Pires Junior, cirurgião cardíaco e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, a situação da saúde no Brasil aumenta a necessidade da prevenção para a população, principalmente para quem se encontra no grupo de risco. “As principais medidas adotadas no mundo inteiro são: redobrar a atenção da higiene das mãos, praticar o isolamento social e, casa haja necessidade de sair de casa, o uso de máscaras são indispensáveis”, reforça o médico.
Acima dos 12 por 8
Para os hipertensos, além de todos os cuidados gerais para a prevenção do COVID-19, ainda é preciso tomar alguns cuidados extras para manter a saúde em dia. “O hipertenso não deve, em hipótese alguma, abandonar o tratamento medicamentoso. Mesmo durante o período de pandemia, é fundamental dar continuidade no tratamento indicado pelo cardiologista. O cuidado com a alimentação também é necessário: evite excesso de sal na comida e exclua alimentos ricos em sódio, principalmente os processados”, alerta o especialista.
Outras complicações
Vale sempre lembrar que a hipertensão não é fator de risco apenas para o coronavírus: a pressão alta aumenta consideravelmente as chances de infarto e de AVC. “Com a ansiedade e o tempo livre causado pela quarentena, a população fica mais suscetível ao sedentarismo, abuso de álcool e de alimentos gordurosos e açucarados. Portanto, para o bem da mente e do corpo, as atividades físicas devem ser realizadas diariamente. Pelo menos trinta minutos de polichinelos, corda, agachamentos ou corrida estacionária são indicados”, recomenda o cirurgião.
Embora a busca por ajuda médica seja desencorajada em caso de sintomas que não se enquadrem no padrão do novo coronavírus, no caso do infarto a ajuda médica é indispensável: “Dores no peito, no braço, fadiga, tontura e falta de ar são alguns dos sintomas clássicos do infarto. Não hesite em procurar um médico em caso de sentir qualquer um destes sintomas”, finaliza.