Da bronquite à pneumonia bilateral: Papa Francisco completa uma semana hospitalizado; veja evolução do quadro


Nas últimas atualizações, Vaticano disse que o Pontífice tem apresentado melhora e não precisa de aparelhos para respirar

Foto: Reprodução Instagram

Nesta sexta-feira, o Papa Francisco completou uma semana desde que foi hospitalizado para tratar um quadro que começou com uma bronquite e evoluiu para uma pneumonia polimicrobiana bilateral. No boletim médico mais recente, o Vaticano disse que o Pontífice, de 88 anos, “se levantou e tomou o café da manhã” e que a noite “correu bem”.

Os últimos problemas de saúde de Francisco tiveram início ainda no começo do mês, quando a Santa Sé anunciou que o Papa realizaria suas audiências dos dias 6 e 7 de fevereiro em sua casa para se recuperar de uma bronquite. Na missa de domingo do dia 9, o sumo Pontífice pediu ajuda para terminar de ler sua homilia devido a dificuldades “para respirar”.

Na quarta-feira seguinte, durante sua audiência semanal no Vaticano, pediu novamente ajuda, dizendo que ainda não conseguia ler o texto devido à bronquite. A doença é uma inflamação dos brônquios, os canais que transportam o ar aos pulmões. Ela pode ser crônica ou aguda e geralmente tem como causa uma infecção respiratória.

Devido à persistência do quadro, na sexta-feira, dia 14, o Pontífice foi internado no Hospital Gemelli de Roma, na Itália, para realização de exames e tratamento. Segundo boletim do Vaticano, Francisco estava levemente febril, mas continuava “sereno e de bom humor”. Na segunda-feira, porém, novos exames indicaram uma infecção polimicrobiana, o que levou a uma alteração no tratamento.

“Todos os exames realizados até o momento são indicativos de um quadro clínico complexo que exigirá internação hospitalar adequada”, disse o Vaticano. Uma infecção polimicrobiana acontece quando mais de um microrganismo age ao mesmo tempo, entre vírus e bactérias, por exemplo.

Os quadros em idosos costumam começar com uma infecção viral, que compromete as defesas do organismo e abre caminho para uma infecção bacteriana secundária, explicou ao GLOBO Alexandre Naime Barbosa, chefe da Infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

No dia seguinte, 18, o novo boletim da Santa Sé apontou que “os exames laboratoriais, a radiografia do tórax e a condição clínica do Santo Padre continuavam a apresentar um quadro complexo”.

“A infecção polimicrobiana, que surgiu em um contexto de bronquiectasia e bronquite asmática, e que exigiu o uso de antibioticoterapia com cortisona, torna o tratamento terapêutico mais complexo”, continuou.

Um novo exame de tomografia computadorizada também mostrou que a pneumonia era bilateral, ou seja, estava afetando os dois pulmões do Papa. O quadro é agravado por Francisco já não ter parte do pulmão, que foi retirada aos 21 anos após um quadro de pleurisia, uma espécie de inflamação que ocorre na pleura, a membrana que envolve os pulmões e a caixa torácica.

Na quarta-feira, novos exames de sangue mostraram uma leve melhora, especialmente nos índices inflamatórios, disse o Vaticano. “Após tomar café da manhã, (o Papa) leu alguns jornais e depois se dedicou às atividades de trabalho com seus colaboradores mais próximos”, continuou.

Ontem, a Santa Sé disse que a melhora continuou, que Francisco estava sem febre e que “seus parâmetros hemodinâmicos continuam estáveis”. O Papa segue com alguns focos de pneumonia, mas respira sem ajuda de aparelhos. Na manhã desta sexta-feira, a última atualização do Vaticano disse que a noite transcorreu bem e que Francisco se levantou e tomou café da manhã.

JORNAL O GLOBO

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