Medicamentos para pressão também diminuem as chances complicações para este grupo de risco
A pressão alta é uma doença crônica considerada uma das principais causas de mortes em todo mundo, já que é o principal fator de risco para todas as doenças cardiovasculares. Quem sofre com a pressão alta pode apresentar um quadro agravado em casos de contaminação pelo novo coronavírus. Entretanto, de acordo com um recente estudo, pacientes que fazem tratamento medicamentoso para a hipertensão têm chances reduzidas de mortalidade por covid-19.
O estudo, realizado pela Universidade de East Anglia, no Reino Unido, reuniu dados de 28.872 pacientes hipertensos que já realizam tratamento medicamentoso para a doença. Ao analisarem as informações, descobriram que além de reduzir as chances de óbito, o risco de quadros graves por covid-19 também é menor para estes pacientes.
Para Elcio Pires Junior, cirurgião cardíaco e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, esta é uma descoberta importante para quem se encontra neste grupo de risco. “Medicamentos inibidores da enzima conversora da angiotensina ou bloqueadores de angiotensina, como o losartana e o captopril – citados na pesquisa – são comuns para tratamento das doenças do coração”, conta o médico.
Mais do que os 12 por 8
Embora a pesquisa seja extremamente relevante na corrida contra os avanços do coronavírus, vale lembrar que os medicamentos usados no tratamento da hipertensão não imunizam contra o coronavírus e esta descoberta foi comprovada apenas em pacientes que já tratavam a pressão alta com estes remédios.
“Tanto para os hipertensos, como para o restante da população que ainda não teve covid-19, o melhor tratamento ainda é a prevenção. Embora alguns comportamentos de volta à rotina estejam sendo encorajados, apenas o distanciamento social, a higiene e o uso de máscaras podem afastar a doença enquanto aguardamos a vacina”, alerta o especialista.
Outras complicações
Vale sempre lembrar que a hipertensão não é fator de risco apenas para o coronavírus: a pressão alta aumenta consideravelmente as chances de infarto e de AVC. “Com a ansiedade e o tempo livre causado pela quarentena, a população fica mais suscetível ao sedentarismo, abuso de álcool e de alimentos gordurosos e açucarados. Portanto, para o bem da mente e do corpo, as atividades físicas devem ser realizadas diariamente. Pelo menos trinta minutos de polichinelos, corda, agachamentos ou corrida estacionária são indicados”, recomenda o cirurgião.