Primordiais no contexto do isolamento social, as redes foram uma ferramenta de interação, trabalho e estudo, mas é preciso estabelecer limites de uso.
Sem a tecnologia, o isolamento social teria sido ainda mais difícil. Foi por meio das redes e das telas que as rotinas de trabalho e estudo puderam ser adaptadas, assim como as conversas com os amigos e comemorar os aniversários, que passaram a ser virtuais. Apesar do momento mais rígido de isolamento ter ficado para trás para algumas pessoas, o uso exacerbado das redes não.
De acordo com um estudo da Kantar, especialista em pesquisa de mercado, o uso de redes sociais como o Facebook, WhatsApp e Instagram cresceram 40% na pandemia. Os motivos? Além uma forma de adaptar a rotina de estudo e trabalho, as principais fontes de entretenimento no período vieram das redes, sem contar que o alto número de demissões gerou mais pessoas com tempo livre para navegar.
A fisiologista Debora Garcia explica que apesar das facilidades, é preciso estabelecer limites quanto ao uso das redes, visto que elas podem acarretar em problemas como ansiedade e insônia. “A luz do celular pode interferir no nosso ciclo circadiano, estimulando maior produção de cortisol, assim como bloqueio da liberação da melatonina, encarregado de avisar ao corpo a hora de dormir, o que afeta o nosso relógio biológico e a percepção do cérebro do que é noite ou dia”, explica.
O impacto no sono pode ser ainda maior em crianças. Uma pesquisa realizada com pais de 234 crianças constatou que uso de dispositivos a noite ou na hora de dormir reduziu a quantidade e a qualidade do sono dos pequenos. “As telas podem ainda causar prejuízos às relações familiares e consigo mesmo, já que a comparação nas redes é constante. A vida dos outros parece perfeita por meio das telas”, alerta.
Estabelecer limites
Segundo a fisiologista Debora Garcia é importante estabelecer a quantidade de horas limite para ficar ao celular ou computador. “Com alguns aplicativos é possível monitorar essa quantidade. O próprio Instagram, por exemplo, possui uma ferramenta de aviso”, comenta.
Seja sincero
Até que ponto te faz bem ficar conectado o tempo todo? Você se sente disposto? Além das questões emocionais, que outros impactos você sente quando fica muito conectado? Segundo a fisiologista, se observar é uma maneira de constatar prejuízos quantos às redes e a partir disso, estabelecer estratégias para minimizá-los.
Sem notificações
Aquele barulhinho que toca toda vez que tem uma mensagem tira a atenção do momento presente. “Você deixa de viver a realidade para se entreter com as telas. Por isso, retirar as notificações pode ser uma estratégia para não se deixar distrair pelas redes e perder momentos especiais”, conta.
Longe dos olhos
O simples ato de saborear o alimento interagir com a família e colegas na hora do almoço passa a ser um santo remédio. Por isso, procure deixar o celular o mais longe possível de você neste momento, de forma que você esqueça que o tem, recomenda Debora.
Se reconecte
Há inúmeras outras atividades que você poderia fazer ao invés de ficar nas redes. O tempo livre pode ser a oportunidade que faltava para descobri as coisas que gosta de fazer. “Estude, invista em hobbies novos e comece a trabalhar seu ‘eu’ além da imagem que você produz nas redes”, recomenda a fisiologista.