Dia de Combate à Tuberculose: Pacientes com HIV têm 25 vezes mais risco de desenvolverem a doença


Desafio da saúde pública mundial, a incidência da tuberculose cresceu nos últimos anos. Para ampliar as ações de atenção, tratamento e controle da doença, é celebrado em 24 de março o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Ela é uma das principais causas de morte em pacientes com HIV, sendo responsável por 300 mil óbitos por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A especialista em Microbiologia do Centro Universitário de Brasília (CEUB) Fabíola Castro faz um alerta sobre o aumento das taxas de infecção e indica como prevenir e diagnosticar a infecção.

Segundo a microbiologista clínica e professora de Medicina do CEUB, conhecer os sintomas, as formas de transmissão e as alternativas de tratamento é fundamental para minimizar os riscos relacionados à tuberculose. A especialista explica que a doença evolui de forma lenta e que os infectados são transmissores em potencial. Os sintomas podem ser confundidos com outras doenças, dificultando o diagnóstico: “Além da tosse, da perda de peso rápida, sudorese noturna e febres baixas vespertinas, falta de ar e tosse com sangue podem ocorrer com o infectado”.

O diagnóstico precoce, conforme destaca a especialista, ajuda a melhorar a qualidade de vida do paciente. O tratamento pode ser feito a partir de medicamentos próprios, que são fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com o acompanhamento, monitoramento e orientação de especialistas durante o período de uso das medicações, que pode variar conforme o local da infecção.

“O surgimento dos bacilos resistentes exige o tratamento com drogas antimicrobianas não convencionais. Desta forma, existe uma dificuldade de resposta e diversos efeitos colaterais – o que aumenta o tempo de tratamento e reduz as chances de cura”, explica Fabíola Castro. Para diminuir o risco de tuberculose em pacientes com HIV, é fundamental que eles façam o teste quando houver suspeita e iniciem o tratamento imediatamente se a doença for identificada.

A professora do CEUB acrescenta que a eficácia do tratamento depende da rapidez do diagnóstico e do pronto atendimento médico. “A tuberculose é uma doença que tem cura, com a possibilidade de uma recuperação plena, sem sequelas. Mas existe também o risco de ocasionar sequelas nos casos mais avançados, quando o infectado apresenta graves lesões no pulmão e nos órgãos afetados”, arremata.

Cenário mundial
De acordo com dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), mais de 38 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com HIV. Embora a terapia antirretroviral tenha melhorado significativamente a expectativa de vida desses pacientes, eles ainda estão em risco de contrair outras doenças, como a tuberculose.

Dados mais recentes do UNAIDS, cerca de 690 mil pessoas vivendo com HIV foram diagnosticadas com tuberculose. Isso representa uma redução de 23% em comparação com o número de casos registrados em 2010. Apesar dessa queda, ainda há muito a ser feito para prevenir e tratar a tuberculose em pacientes com HIV. A doença é altamente contagiosa, o que aumenta o risco de transmissão em ambientes onde as pessoas vivem em condições precárias e em contato próximo, como prisões, abrigos e centros de refugiados.

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