Comidas juninas em excesso podem representar um risco na saúde dos diabéticos
O Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos), de acordo com dados da Federação Internacional de Diabetes. Com números tão altos, como é possível aproveitar de forma plena o São João, reconhecido pelas comidas típicas da época?
Segundo a especialista em nutrição clínica funcional, Morgana Mascarenhas, as comidas típicas juninas realmente podem representar um problema para pessoas que precisam de restrição alimentar, como diabéticos. Morgana destaca a importância de estar atento na forma que estes alimentos foram produzidos e, principalmente, evitar o consumo de ultraprocessados.
“Como uma época de colheita de vegetais, como milho, amendoim, batata doce e mandioca, são comuns os pratos à base desses ingredientes. Porém o cardápio também acaba ficando recheado de preparações ricas em carboidratos refinados, de gorduras e principalmente os alimentos ultraprocessados, o que reforça a atenção para o equilíbrio no consumo e importância de alguma substituição de ingredientes nessas separações tradicionais”, pontua a especialista, que também é professora da Rede UniFTC.
Possíveis substituições – Morgana explica que o risco do consumo exagerado destes alimentos juninos para pessoas com diabetes é aumentar o nível de glicose no sangue. Contudo, é possível fazer substituições que deixaram a festa mais saudável e divertida para todos.
Por exemplo, é possível substituir o leite integral por desnatado, o açúcar por adoçante artificial (próprios para o forno) como sucralose e stevia e a margarina por manteiga. Outra opção é consumir diretamente os vegetais, em vez dos produtos derivados. Então pode-se trocar o bolo, paçoca e pamonha por consumir o milho, amendoim e a mandioca cozida.
“Outro fator interessante que vale lembrar é que para aqueles pacientes que não fazem a contagem de carboidratos e que não são insulino dependentes, é importante verificar sempre os seus níveis de glicose antes e após as refeições e fazer as correções necessárias para evitar essas variações glicêmicas”, aconselha Morgana.
Além das comidas, a nutricionista também recomenda que o licor tradicional seja evitado por pessoas com diabetes, pois – além do álcool e da frutose (açúcar da fruta) – ele tem uma calda rica em açúcar. Neste caso, a pessoa pode escolher consumir um licor feito com adoçante.