Dor nas costas pode ser sinal de encurtamento muscular no quadril


Sedentarismo é o principal fator de risco para problemas no quadril

De todos os problemas musculoesqueléticos, a lombalgia é a mais prevalente. Todo mudo, em algum momento da vida, teve ou terá um quadro de dor nas costas. Contudo, nem sempre a lombalgia está ligada a problemas específicos na coluna. Em muitos casos a dor está relacionada ao encurtamento da musculatura da região do quadril.

Segundo Walkíria Brunetti, fisioterapeuta especialista em RPG e Pilates, quando o desconforto lombar aparece logo depois de a pessoa se agachar para pegar um objeto no chão, por exemplo, é um forte indício de que há encurtamento na musculatura do quadril.

“O grupo muscular responsável pela ligação da coluna com os membros inferiores se chama iliopsoas. Essa musculatura é crucial para movimentos básicos do dia a dia como correr, andar de bicicleta, dançar, levantar-se de uma cadeira, caminhar e permanecer em pé. Além disso, é importantíssimo para a estabilização da lombar e do quadril. Ele é responsável por puxar o tronco em direção a coxa e, secundariamente, auxilia na rotação lateral do quadril”, diz.
O iliopsoas influencia na postura e participa da estabilização da coluna. Para além disso, dá suporte aos órgãos internos e é essencial para o funcionamento de diversos sistemas da cavidade abdominal e pélvica.

Maioria dos sedentários apresenta encurtamento no quadril

Uma das principais causas de encurtamento do iliopsoas é o sedentarismo. Quem passa muitas horas sentado tem uma chance enorme de apresentar um quadro de encurtamento nessa região.

“Mas não são só os sedentários que sofrem com o encurtamento do quadril. Exagerar na corrida ou na caminhada, bem como realizar muitos abdominais completos- àqueles em que a pessoa se levanta completamente do chão até ficar na posição sentada – são fatores de risco que aumentam a chance de ter problemas no iliopsoas”, alerta Walkíria.

Além da dor

Ao longo do tempo, esse encurtamento se agrava e começa a provocar dor. Esse quadro doloroso é resultado da tração excessiva exercida pela coluna. “Essa tração é quando os movimentos da coluna acabam “puxando” demais a musculatura e isso aumenta a compressão dos discos intervertais. Uma das principais consequências é o desenvolvimento das hérnias de disco”, comenta a especialista.

O encurtamento muscular do iliopsoas também pode causar hiperlordose, alterações importantes da postura, osteoartrose no quadril e outros desconfortos.

“Conforme o encurtamento avança, a pessoa pode apresentar diferença no comprimento da perna, dores nos joelhos, hiperlordose e dor na frente do quadril. Outra consequência é que a pelve é puxada para frente e altera o centro de gravidade. Isso causa uma espécie de cifose que empurra a cabeça para frente para compensar o movimento”, comenta Walkíria.

Como saber se o quadril está encurtado

Walkíria chama a atenção para um comportamento comum quando se fala em encurtamento: o alongamento por conta própria.

“As pessoas não devem fazer alongamentos por conta própria quando se sentem menos flexíveis e, principalmente, se apresentam dores mais intensas nas costas e nos quadris. Somente um profissional voltado para problemas musculoesqueléticos, como o fisioterapeuta, está apto para avaliar o tipo de encurtamento, quais são os músculos que precisam ser trabalhados e quais os melhores métodos”.

“O tratamento é individualizado, pois depende de uma série de fatores como idade, doenças prévias, nível de dor, entre outros aspectos. Mas em geral usamos métodos de alongamento global, como a Reeducação Postural Global (RPG) e o Pilates Studio. O alongamento é associado ao fortalecimento e à reorganização muscular. Adicionalmente podemos inserir treinos de musculação no plano de tratamento”, afirma Walkíria.

O encurtamento é uma condição que pode causar diversos problemas mais sérios. Portanto, a pessoa não deve ignorar os sinais que podem indicar problemas na musculatura do quadril.

Como prevenir

Quando o encurtamento já está instalado, é preciso tratar com um especialista. Mas para evitar a condição, aqui vão algumas dicas:

Caminhe: O sedentarismo é prejudicial para a saúde como um todo. A prática de atividades físicas deve ser algo inserido no dia a dia de todas as pessoas. A caminhada é um exercício bom, acessível e que traz muitos benefícios.

Alongue-se: O alongamento é importante, mas se possível deve ser orientado por um profissional como um fisioterapeuta ou educador físico.

Fortaleça: Procure atividades para fortalecer os músculos, como musculação e Pilates. Lembrando que o Pilates oferece outras vantagens em comparação com treinos de musculação como: melhora da postura, equilíbrio, aumento da flexibilidade, controle da respiração e fortalecimento dos músculos, principalmente dos que estabilizam a coluna.

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