Em estudo, mães passam anticorpos de vacina de Covid-19 pelo leite materno


Um novo estudo com a vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19 constatou que mães lactantes podem ser capazes de passar anticorpos para seus bebês por meio do leite materno. A pesquisa foi publicada no último dia 30 de março no jornal científico American Journal of Obstetrics and Gynecology.

Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis (WUSTL), nos Estados Unidos, realizaram o experimento com uma amostra pequena, de apenas cinco mães, com filhos de um mês a 1 ano de vida. Todas elas tomaram duas doses do imunizante e forneceram amostras de seu leite materno congelado.

Duas semanas após a primeira injeção, o leite das mães já apresentou um aumento na quantidade de anticorpos contra o vírus da Covid-19, o Sars-CoV-2. E esse efeito se prolongou por 80 dias, ou quase três meses, de acordo com o estudo.

Para avaliar a resposta imunológica via leite materno, os pesquisadores monitoraram os níveis de dois anticorpos específicos, que têm papel fundamental no organismo no combate ao coronavírus. Trata-se das imunoglobulinas IgA e IgG, que se mantiveram quantidade significativa no alimento entre 14 e 20 dias após a primeira dose.

“Sabemos que esses tipos de anticorpos revestem a boca e a garganta dos bebês e protegem contra doenças quando o bebê está tomando leite materno. Portanto, ser vacinado durante a amamentação não só protege a mãe, mas também pode proteger o bebê, por meses”, explica Jeannie Kelly, primeira autora do estudo, em comunicado.

Outras pesquisas anteriores já haviam indicado que a amamentação confere proteção imunológica aos filhos de mulheres vacinadas. O novo estudo, porém, é o primeiro a rastrear os níveis específicos de anticorpos que estão presentes por meses no leite materno.

“Nosso estudo é limitado por um pequeno número de participantes, mas as descobertas fornecem notícias encorajadoras sobre o potencial benefício imunológico para bebês amamentados após a vacinação”, comenta a coautora Misty Good, professora assistente de pediatria na WUSTL.

REVISTA GALILEU

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