A esteatose hepática, comumente conhecida como gordura no fígado, afeta ate 24% da população mundial
A FDA, agência que regula medicamentos nos EUA, aprovou na quinta-feira (14) o primeiro medicamento para um tipo grave de doença hepática gordurosa não alcoólica. O resmetirom, da Madrigal Pharmaceuticals, melhora as cicatrizes do fígado de pessoas com esteatohepatite não alcoólica (EHNA) , a pior forma da doença causada pelo acúmulo de gordura no fígado.
A esteatohepatite não alcoólica (EHNA) é uma forma grave da esteatose hepática, condição que afeta 25% a 30% da população brasileira e cerca de 24% da população mundial. O distúrbio, comumente conhecida como gordura no fígado, é caracterizado pelo acúmulo de gordura acima do normal nas células do fígado. Em quadros avançados, esse amontoado pode causar uma inflamação, levando a quadros de hepatite gordurosa, cirrose hepática e nos casos mais graves, câncer.
A esteatohepatite não alcoólica está frequentemente associada a outros problemas de saúde, como hipertensão, diabetes tipo 2, obesidade e níveis elevados de gordura no sangue. Seus sintomas incluem fraqueza, cansaço intenso, amarelecimento da pele ou dos olhos, vasos sanguíneos semelhantes a aranhas e muito mais.
A condição progride para cirrose, levando à insuficiência hepática ao longo do tempo e à necessidade de um transplante de fígado.
O resmetirom, comercializado sob o nome Rezdiffra, é um medicamento oral que deve ser ingerido diariamente. Seu mecanismo de ação ativa um receptor do hormônio tireoidiano no fígado para ajudar a reduzir o acúmulo de gordura. O tratamento deve ser realizado em conjunto com outras medidas, como uma dieta saudável e exercícios.
Os resultados de um ensaio clínico realizado com 966 pessoas mostraram que mais de 25% dos participantes que tomaram 80 miligramas de resmetirom alcançaram a resolução da condição sem agravamento da fibrose, assim como quase 30% dos que tomaram 100 mg e menos de 10% dos participantes que receberam placebo. O medicamento também ajudou a reduzir os níveis de LDL ou colesterol “ruim” e os níveis de enzimas hepáticas. Os resultados foram publicados em fevereiro no New England Journal of Medicine.
Os efeitos colaterais comuns incluíram diarreia e náusea. A previsão é que o medicamento esteja disponível nos EUA em abril.
JORNAL O GLOBO