Família também precisa passar por tratamento no combate à obesidade infantil


Hábitos saudáveis e boa nutrição são fundamentais no enfrentamento de um dos mais graves problemas de saúde pública do mundo de acordo com a OMS

De acordo com o Ministério da Saúde, a obesidade infantil afeta mais de 3 milhões de menores de 10 anos e 6,4 milhões têm excesso de peso. A doença pode causar graves consequências ao longo da vida como o risco de desenvolver doenças nas articulações e nos ossos, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, câncer, além de sofrerem com problemas psicológicos e sociais.

Para estimular a conscientização da população para a educação de hábitos saudáveis e uma boa nutrição desde a infância, o mês de junho, com a data do dia 3, foi escolhido para a Conscientização Contra a Obesidade Infantil no Brasil.

As chances de obesidade na idade adulta são maiores em crianças com excesso de peso ou já identificadas como obesas. O pediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dr. Hamilton Robledo, explica os efeitos do problema: “A obesidade infantil acomete em torno de 15% das crianças e 8% dos adolescentes. Oito em cada 10 adolescentes continuam obesos na fase adulta. A obesidade, se não controlada, pode acarretar no surgimento de problemas como diabetes, hipertensão arterial, problemas cardíacos, dislipidemia, ou seja, o aumento do colesterol, e até alterações esqueléticas e de postura”, destaca o Dr. Robledo.

 

Causa e Diagnóstico

A causa fundamental da obesidade na infância é o desequilíbrio energético, entre as calorias consumidas e as calorias gastas ao longo do dia. “Isso vai ocasionar o ganho de peso. As crianças estão comendo mais, comendo erroneamente, com a ingestão de alimentos ricos em gordura, em açúcares e pobres em vitaminas e minerais, exercitando menos.

A diminuição da atividade física acarreta no maior uso da televisão, dos videogames, dos celulares e dos tablets. Então, o sedentarismo vem sendo fortemente relacionado com o excesso de peso, associado a uma alimentação errônea, rica em gordura e pouca atividade física. O excesso dos alimentos processados, industrializados, também está intimamente relacionado com a obesidade”, detalha o pediatra. Ele acrescentou ainda que “a obesidade se diagnostica com as curvas específicas, com a taxa do desejado, do aceitável, do sobrepeso e do obeso. Em crianças maiores pelo índice de massa corpórea, onde você põe o peso dividido pela altura vezes a altura”.

 

Combate à obesidade Infantil e Tratamento

A obesidade é um dos mais graves problemas de saúde pública no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). “Então, hoje nós estamos extremamente preocupados porque para combater a obesidade, você precisa de uma mudança de hábitos. Há necessidade do engajamento de toda a família, porque não é só uma criança que come errado, são os pais também”, comenta o Dr. Robledo.

O tratamento da obesidade tem como principal objetivo reduzir ou adequar a quantidade de gordura ingerida, no processo de reeducação alimentar. “Há uma necessidade imediata de mudança dos hábitos de vida e dos hábitos alimentares. Este engajamento da família é fundamental. Então nós temos que desenvolver uma dieta mais equilibrada e a realização de exercícios com mais regularidade”, afirmou o Dr. Robledo, que recomenda, juntamente com o médico pediatra, a participação de um nutricionista no processo.

A família, o pediatra e o nutricionista devem definir uma rotina alimentar, tirar todas as dúvidas sobre a ingestão dos alimentos. “Primeiro se entende como é a rotina alimentar da família e depois nós vamos mostrando ponto a ponto os alimentos que não devem ser consumidos ou que nós temos que reduzir drasticamente. Não há uma necessidade imediata de medicação, mas de correção da alimentação, da diminuição de eletrônicos e do aumento da atividade física. Este é o tratamento fundamental para a obesidade infantil”, esclarece o pediatra, Dr Hamilton Robledo, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

 

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