Fumar usando máscara pode agravar danos vasculares do cigarro, diz estudo


Conduzida por pesquisadores da Grécia e da Itália, pesquisa reuniu 120 voluntários fumantes de cigarros convencionais, usuários de tabaco aquecido e não fumantes

Durante a pandemia de Covid-19, o hábito de fumar se tornou mais perigoso. Isso porque o consumo de cigarros tradicionais ou não combustíveis associado ao uso da máscara pode agravar ainda mais os danos causados pela droga.

É o que aponta um estudo publicado no último dia 7 de julho no periódico European Journal of Preventive Cardiology. Conduzida por pesquisadores da Grécia e da Itália, a pesquisa reuniu 120 voluntários. Desses, 40 eram fumantes de cigarros convencionais, 40 eram usuários de tabaco aquecido e 40 não eram fumantes. A média de idade dos participantes era de 45 anos e 72% eram mulheres.

Na primeira etapa do estudo, a equipe analisou os níveis de monóxido de carbono exalados por fumantes enquanto usavam máscara durante o horário de trabalho, e os compararam com níveis do mesmo composto em dias de folga sem máscara

Para avaliar o quão prejudicial os cigarros junto com a máscara poderiam ser, os especialistas avaliaram a respiração profunda dos voluntários. Assim, eles mediram o monóxido de carbono exalado e marcadores da função vascular – como velocidade de onda de pulso e pressão arterial sistólica central – em cada participante. Já para entender como os índices ficaram sem o uso da máscara, as avaliações basais foram feitas no início da manhã após os voluntários dormirem.

Na segunda avaliação, os pesquisadores queriam examinar se a exposição ao monóxido de carbono foi acompanhada de prejuízos a vasos sanguíneos. Para isso, os participantes foram escolhidos aleatoriamente para passarem por um turno de oito horas usando uma máscara ou oito horas sem máscara. Por fim, eles passaram para uma terceira fase, em que foram avaliados após oito horas sem máscara ou oito horas trabalhando com máscara.

“Em comparação com os fumantes de cigarros combustíveis, os usuários de cigarros não combustíveis apresentaram níveis basais de monóxido de carbono mais baixos e aumentos menores nos danos vasculares enquanto usavam uma máscara”, comenta em nota Ignatios Ikonomidis, autor do estudo.

No geral, notou-se um aumento dos níveis de monóxido de carbono em fumantes de cigarros, tanto combustível quanto não combustíveis, que usavam máscara em comparação ao tempo em que não a usavam.

Em fumantes convencionais, o monóxido de carbono exalado aumentou de 8 partes por milhão (ppm) para 12,15 ppm sem máscara e 17,45 ppm com máscara. Em fumantes de cigarros não combustíveis, o monóxido de carbono exalado aumentou de 1,15 ppm para 1,43 ppm sem máscara e 2,20 ppm com máscara. Entre os não fumantes, o monóxido de carbono exalado não diferiu entre os períodos basal, sem máscara e com máscara.

 

REVISTA GALILEU

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