Huol passa a realizar procedimento de ablação por cateter para tratar arritmias cardíacas complexas



A partir desse mês de abril, o Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN), da Rede Ebserh, passa a realizar de forma regular os procedimentos de ablação por cateter para arritmias complexas, utilizando sistema de mapeamento tridimensional e cateteres com sofisticado sistema para melhor detecção e interrupção dos focos das arritmias. Após a padronização e aquisição de material específico, o procedimento será disponível para pacientes que estão na lista de espera.
O Huol dispõe do Serviço de Eletrofisiologia há mais de 15 anos, porém, com material disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para procedimentos de ablações convencionais. De acordo com a chefe da Unidade de Diagnósticos Especializados do Huol, Lidiane Bezerra, a ablação cardíaca complexa já foi realizada no hospital sob demanda judicial por, na época, não ser disponível pelo SUS. A existência de muitos pacientes atendidos em ambulatório, bem como, demandas externas que necessitavam do procedimento, motivou a padronização do material para viabilizar a sua realização.
O objetivo é manter a periodicidade, com planejamento inicial de realizar dois casos de ablação complexa por mês. “Casos de arritmias mais complexas que nós precisamos realizar no hospital foram feitos via judicialização dos pacientes, porque não tínhamos disponibilidade pelo SUS. O Huol entrou na licitação desse tipo de material e, a partir de agora, nós vamos realizar essas ablações complexas de uma forma mais corriqueira”, disse o médico cardiologista e responsável pelo Ambulatório Didático de Arritmias do Huol e coordenador do Projeto de Extensão de Eletrofisiologia Invasiva, Júlio César Vieira de Sousa.

Padronização de material

Entre os materiais adquiridos para a realização da ablação de arritmias complexas estão o cateter irrigado com força de contato (capacidade de avaliar o quanto o cateter em contato com as estruturas do coração ou só o sangue) e o sistema para mapeamento eletroanatômico, ou sistema de navegação tridimensional, que aumenta a precisão do local das arritmias. Esses materiais reduzem os riscos de complicações desses procedimentos que podem ser realizados sem a necessidade de utilização do Raio x, conhecido como ablação sem fluoroscopia.
“A padronização de material de ablação complexa é fundamental para garantir a segurança e eficácia dos procedimentos em pacientes com arritmias cardíacas complexas. Podendo eliminar ou reduzir significativamente os sintomas de arritmias cardíacas, como palpitações, tonturas e falta de ar, melhorando significativamente a qualidade de vida dos pacientes, permitindo que eles retornem às suas atividades normais”, explica a chefe da Unidade de Diagnósticos Especializados do Huol, Lidiane Bezerra.

Ablação complexa

De acordo com Júlio Sousa, a ablação complexa é indicada quando as medicações no controle das arritmias falham ou essas têm potencial de levar o paciente à parada cardíaca. “As arritmias chamadas complexas são formadas por um grupo de arritmias que incluem fibrilação atrial (a mais comum), taquicardia ventricular, extrassistoles, arritmias pós correções cirúrgicas”, explica.
O cardiologista ainda destaca que a ablação mais comum, a da fibrilação atrial, tem impactos significativos como a redução de hospitalizações, redução do risco de acidente vascular cerebral (essa arritmia facilita a formação de coágulos no coração) e redução de morte. “Isso impactará no melhor tratamento para os pacientes do SUS no Rio Grande do Norte”, disse o profissional.
“A equipe de enfermagem da hemodinâmica desempenhou um papel fundamental no processo de padronização do material de ablação complexa. Com seu empenho e dedicação, foi possível garantir a organização do agendamento e o preparo complexo adequado do paciente, o que foi essencial para o sucesso do procedimento. Além disso, trabalhou em estreita colaboração com os médicos e outros profissionais de saúde para garantir que o procedimento fosse realizado de forma segura e eficaz”, destaca Lidiane Bezerra.

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