Imagina uma solução para a TPM, disfunções hormonais da menopausa e de doenças como endometriose, adenomiose e miomas. Parece sonho, mas não é. Os implantes hormonais chegaram para revolucionar a saúde feminina, podendo trazer, além de outros benefícios, qualidade de vida, mais disposição, aumento da libido, redução da gordura corpórea e diminuição das celulites.
O implante tem forma de bastonete e é inserido na pele da mulher podendo conter hormônios como testosterona, estradiol, gestrinona e nestorone. “Cada fórmula é única, dependendo da necessidade da paciente”, explica a ginecologista e obstetra Karina Cavalcanti. De acordo com a especialista, a troca dos implantes acontece de 12 em 12 meses e só podem ser prescritos depois de exames detalhados.
Desenvolvido pelo cientista, médico e professor baiano Elsimar Coutinho, uma das maiores referências brasileiras em saúde da mulher, os implantes hormonais são resultado de mais de 4 décadas de pesquisa e alguns ganharam o nome popular de “chip da beleza”, o que desagradava o seu criador.
“Esse nome acabou afastando muitos médicos de estudarem a fundo esse tema, por puro preconceito ou desconhecimento”, lamenta a médica pernambucana radicada em Natal, que se debruçou sobre os estudos científicos antes de recomendar a suas pacientes.
Reposição hormonal na Menopausa
Se há uma certeza na vida das mulheres que envelhecem é a chegada da famosa menopausa. Um “evento” que tem sintomas muito variáveis para cada mulher, todos causados pelo mesmo motivo: a queda dos hormônios estradiol e testosterona, antes produzidos pelo ovário em seu período fértil de vida.
Os “calores”(fogachos) são famosos e importantes, mas existem muitos outros sintomas nesta fase que abalam – e muito- a qualidade de vida feminina: redução da libido, cansaço, insônia, diminuição da lubrificação vaginal, dor durante o ato sexual, diminuição da atenção e memória, dores musculares e articulares, alterações de ordem afetiva-emocional como irritabilidade, ansiedade e depressão. “Todos eles podem ser sintomas da fase chamada de Climatério, que são os anos próximos à menopausa, e podem iniciar antes mesmo da parada total da menstruação”, alerta a ginecologista Karina Cavalcanti.
A solução para o que acontece após no climatério, inclusive o aumento do risco de infarto do miocárdio e osteoporose, é a Terapia de Reposição Hormonal (TRH), que melhora os sintomas e diminui vários riscos. “Porém muitas mulheres deixam de se beneficiar pela `má fama´ dos hormônios que eram sintéticos – diferentes dos que o nosso corpo produz – nos estudos de TRH.
Para se ter uma Ideia, o câncer de mama mata cerca de 2% das mulheres menopausadas após os 50 anos e as doenças cardiovasculares matam 58% desta mesma população – de longe a maior causa de morte nesta faixa etária – e isto pode ser prevenido pela reposição hormonal, que hoje pode ser feita com hormônios iso moleculares ou bioidênticos, que nada mais são que o próprio estradiol e testosterona produzidos pelo ovário, sejam eles em forma de gel ou em implantes.
“Sem dúvida, a reposição hormonal em implantes traz mais comodidade à paciente e mínima intolerância, pois não precisa de metabolização hepática e, assim, não interfere em outras medicações que a mulher precise usar. É um produto puro, com dose de absorção constante, uma vez que não precisa lembrar de tomar, o que torna a terapia mais eficaz”.
Existem ainda outros hormônios e medicamentos, como a metformina, que podem ser administrados em implantes, uma tendência atual pelos benefícios da via de absorção.
Um destes hormônios tem revolucionado o tratamento de condições como endometriose e miomatose: a gestrinona. “Gestrinona é um progestágeno com mais de 40 anos de pesquisa e que tem agora se tornado popular pelo diferencial em doenças antes de difícil controle mesmo com cirurgia ou outros tipos de hormônios”, esclarece.
A especialista alerta que o uso de alguns destes implantes subcutâneos podem ter efeitos colaterais que devem ser avaliados em consulta. “Por isso a importância dele ser recomendado para o tratamento de doenças e de prevenção à saúde, e não apenas para fins estéticos”, completou Karina.