Imunização em idosos: 8 vacinas que quem tem mais de 60 anos deve tomar


Nunca se falou tanto em vacina quanto no último ano. No entanto, os imunizantes estão presentes na rotina de pessoas em todas as faixas etárias e são fundamentais para combater doenças, salvando milhões de vidas anualmente. No caso dos idosos, é importante manter a imunização em dia para garantir um envelhecimento ativo e saudável.

De acordo com Maurício Ventura, geriatra e presidente da SBGG-SP (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia), com o envelhecimento populacional e o aumento da prevalência das doenças crônicas e degenerativas, é importante que o idoso esteja atento às vacinas indicadas de acordo com a sua faixa etária.

“É fundamental conversar com o geriatra e receber as orientações sobre a imunização para prevenir doenças e avaliar potenciais riscos da vacinação de forma individual”, completa.

As doenças infecciosas quando atingem idosos podem levar à descompensação de problemas crônicos: uma gripe, por exemplo, evolui para uma pneumonia e aumenta o risco de morte em quem tem diabetes, problemas cardíacos ou pulmonares.

Os especialistas destacam que é importante manter a vacinação em dia mesmo em tempos de covid-19. “A recomendação é dar um intervalo de pelo menos 14 dias entre a vacina contra o novo coronavírus e as outras imunizações. Apesar da gravidade da covid-19, vale reforçar  que toda vacina é importante e com os cuidados adequados (distanciamento social, uso de máscaras, buscar horários com menos movimento) é possível receber as vacinas em segurança e não deixar de se prevenir para outras doenças graves”, destaca Mônica Levi, diretora da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

A seguir, veja quais vacinas são recomendadas para a população com mais de 60 anos e estão disponíveis nos postos de saúde ou apenas em clínicas particulares.

Gripe/Influenza

A doença é causada por uma infecção viral (influenza), cujos sintomas são mais respiratórios. Geralmente, dura uma semana e a pessoa apresenta febre alta, dores musculares, dor de cabeça, mal-estar intenso e coriza.

“Somente a vacina contra gripe (influenza) deve ser tomada anualmente. Isso ocorre porque existem mutações que alteram o vírus. Assim, uma vacina que foi aplicada em um determinado ano perde a sua eficácia no ano seguinte”, explica Ventura.

Dessa forma, a vacinação contra influenza deve ser anual e está disponível nos postos de saúde para maiores de 55 anos, faixa etária em que formas mais graves, complicações e óbitos são mais frequentes. A vacina contém vírus inativo, por isso não causa a doença e é segura para os idosos.

Estima-se que a gripe causada pelo vírus influenza atinja entre 5% a 10% dos adultos em todo o mundo anualmente.

 

Pneumocócica (VCP13) e (VPP23)

Previne múltiplas infecções, que variam desde otite (inflamação no ouvido) até mais severas e invasivas, como pneumonia bacteriana, sepse e meningite. A pneumonia que é provocada pela bactéria pneumococo é mais comum no inverno e quando associada à gripe, fica ainda mais grave para idosos.

Em pessoas com idade a partir de 60 anos, a vacina deve ser aplicada como medida de rotina. A pneumonia pneumocócica é a causa comum de internação e morte em idosos.

A recomendação é iniciar com uma dose da VPC13 e, em seguida, tomar uma dose de VPP23 entre seis e 12 meses depois. Uma segunda dose de VPP23 deve ser aplicada após cinco anos. Essa vacina não é fornecida pelo SUS (Sistema Único de Saúde), apenas em clínicas particulares. Os Centros de Referência ao Idoso administram essas vacinas a idosos que tenham algum tipo de doença crônica.

Tríplice bacteriana

Imuniza contra difteria, tétano e coqueluche. Trata-se de uma vacina inativada, portanto, não tem como causar as doenças. É recomendada como reforço em adultos e idosos.

“Caso o idoso nunca tenha sido vacinado, deve receber três doses da vacina contra tétano em intervalos de 0, 2, 4 a 8 meses. Caso já tenha tomado as doses anteriormente, precisa realizar um reforço a cada 10 anos”, afirma Thais Ioshimoto, geriatra do Hospital Israelita Albert Einstein (SP).

Para idosos, é fornecida nos serviços privados de vacinação. No Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde há disponível a vacina dupla adulto (difteria e tétano).

Hepatite B

A imunização contra a hepatite B (infecção que ataca o fígado) também é indicada para os idosos. Ela está disponível no SUS. Já a vacina para hepatite A também pode ser indicada, caso o especialista ache necessário.

Importante ressaltar que na terceira idade a maioria já teve a doença do tipo A. Por isso, não é rotineira e essa vacina não está disponível na rede pública.

 

Febre Amarela

A doença infecciosa é transmitida por um mosquito e o idoso só deve ser vacinado se tiver o risco de se expor ao vírus —em surtos da doença, por exemplo. É oferecida pelo SUS.

“Como a vacina contra a febre amarela tem mais efeitos colaterais em idosos, eles devem conversar com seu médico antes de se vacinar. Caso o especialista indique a vacinação, ela é realizada em dose única”, afirma Ioshimoto.

 

Herpes zóster

Pouco conhecida da população, a doença, que é chamada popularmente de cobreiro, é causada pelo herpesvírus humano tipo 3. E é mais comum no idoso após a reativação do vírus de quem já teve catapora durante a infância. Ocorre na terceira idade devido à diminuição da imunidade ao vírus. A doença causa lesões e dores.

A vacinação é recomendada para idosos que tiveram a doença na infância e é aplicada em dose única. Mas, não é oferecida pelo SUS para a faixa etária de pessoas acima dos 60 anos que não tenham comorbidades.

 

Meningocócicas

Causada pela bactéria Neisseria meningitidis, a doença meningocócica ocasiona infecções graves como meningite. Ela é indicada apenas em casos de epidemia do problema de saúde —surtos e viagens de risco. É necessária uma dose única. Também não está disponível gratuitamente nos postos de saúde.

 

Tríplice viral

Imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola. Apesar de não ser uma vacina rotineira para idosos, é indicada em casos de surtos das doenças. E também quando houver a suspeita de ser suscetível a essas enfermidades, ou seja, quando não desenvolveu as infecções na infância ou idade adulta e nem recebeu as doses adequadas da vacina tríplice viral.

A tríplice viral é uma vacina combinada de vírus vivo atenuado. Por isso, não é recomendada para indivíduos imunossuprimidos, como é o caso de quem realizou transplante, tem câncer ou HIV. Para idosos, é encontrada em clínicas privadas de vacinação.

 

Saiba mais no Uol.com.br/vivabem

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *