
A gravidez é um dos momentos importantes na vida da mulher e exige uma série de cuidados que, além de manter uma rotina de hábitos saudáveis, incluem a realização de um pré-natal e vários exames periódicos. Durante o período da gestação, um exame essencial para a saúde da mãe e do bebê é o de curva glicêmica. De acordo com critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) o diabetes mellitus gestacional (DMG) é caracterizada pelo diagnóstico em mulheres com níveis glicêmicos que não atingem os critérios para o diagnóstico do DM fora da gestação.1
Levando em consideração a prevalência da associação de diabetes mellitus (DM) e gestação em torno de 18% e aproximadamente 3 milhões por ano no Brasil, conclui-se que cerca de 400 mil gestantes têm algum tipo de hiperglicemia na gestação, exigindo cuidados especiais, diferentes das gestantes de risco habitual.1
Condição temporária, o diabetes gestacional ocorre devido às mudanças fisiológicas no organismo da mulher e que podem fazer com que o pâncreas não funcione direito na gestação. Em geral é comum o órgão produzir mais insulina que o habitual nesse período para compensar os hormônios da placenta que reduzem a substância no sangue. Entretanto, em alguns casos, o mecanismo de compensação não funciona, elevando as taxas de glicose.2
O diabetes gestacional pode trazer complicações para a mãe e para o bebê. O problema pode estimular um parto prematuro e até pré-eclâmpsia. O bebê pode nascer acima do peso e sofrer de hipoglicemia e de desconforto respiratório.2 Mas a boa notícia é que, normalmente, a doença desaparece após o parto. Mas vale salientar que mulheres que sofrem com essa condição têm mais chance de progredirem para o diabetes mellitus tipo 2.
Apesar dos riscos de um possível diabetes gestacional, a mãe e o bebê podem passar pela gestação de maneira saudável por meio de algumas mudanças práticas na rotina e de um tratamento adequado. “É importante lembrar que o diagnóstico de diabetes gestacional não é definitivo. Para muitas mulheres, especialmente as que seguem uma boa dieta e um plano de exercícios, o diabetes gestacional é temporário e tende a se resolver após o nascimento do bebê”, afirma Patricia Ruffo, nutricionista e Gerente Científico da Divisão Nutricional da Abbott no Brasil.
5 maneiras de se manter saudável durante o diabetes gestacional
O diagnóstico do diabetes gestacional pode assustar muitas mães, mas é possível levar uma gravidez tranquila por meio de algumas mudanças de hábitos e mantendo os níveis de glicemia saudáveis.
Confira algumas dicas:
Crie uma estratégia saudável para os carboidratos
Substitua carboidratos refinados como pão branco, doces e refrigerantes por opções integrais que são ricas em fibras, como pão integral, frutas e verduras. Distribua sua ingestão de alimentos com carboidratos ao longo do dia para manter a glicemia estável.
Faça pequenas refeições ao longo do dia
Em vez de fazer três grandes refeições por dia, opte por pequenas refeições ou lanches com carboidratos reduzidos, entre duas e quatro horas, de acordo com a recomendação do médico e/ou do nutricionista.
Tenha uma vida ativa durante a gestação
Se sua rotina antes da gravidez era praticar regularmente exercícios físicos, o ideal é conversar com seu médico sobre manter hábitos semelhantes durante a gravidez. Até mesmo uma caminhada de 10 minutos após cada refeição pode ter um impacto positivo para sua gravidez.
Fique de olho nos níveis de glicemia
Em geral, os níveis glicêmicos devem ser medidos após cada refeição, mas o médico pode aconselhar também a realização de testes no início da manhã e antes das refeições.
Informe o diagnóstico ao seu médico
Mulheres com diabetes gestacional têm maior possibilidade (60%) de desenvolver o diabetes tipo 2 em um momento posterior da vida. Por isso, é importante realizar check-ups regulares. Alguns médicos podem, inclusive, recomendar a realização de exames para checagem dos níveis de glicemia em intervalos de um a três anos.
Prevenção é a melhor opção
É preciso prestar atenção a fatores de risco como histórico familiar de diabetes mellitus; glicose alterada antes da gravidez; excesso de peso antes ou durante a gravidez; gravidez anterior com bebê nascido com mais de 4 quilos; caso de aborto espontâneo sem causa esclarecida; hipertensão arterial; pré-eclâmpsia ou eclampsia em gestações anteriores; síndrome dos ovários policísticos e uso de corticoides.


