Unidade de Tratamento Médico Móvel é completamente equipada para tratamento fisioterápico e pode ser instalada em diferentes lugares, especialmente regiões carentes.
A pandemia do novo coronavírus escancarou a desigualdade social e a importância de investimentos na área da saúde. Hospitais de campanha precisaram ser erguidos rapidamente para evitar a sobrecarga do setor e especialistas passaram a buscar formas de barrar a alta transmissão da doença ao mesmo tempo em que lutam para salvar vidas.
Foi nesse cenário que a médica auditora Maria Cristina Galafassi desenvolveu uma unidade móvel para o resgate pulmonar dos pacientes que desenvolveram a Covid-19.
Trata-se de um container revestido com isolamento térmico, equipado com energia elétrica 110 e 220v e idealizado para o tratamento fisioterápico. Possui estrutura de isolamento respiratório, central de oxigênio e sistema de pressão negativa do ar com tratamento químico dos gases de exaustão.
Cada Unidade de Tratamento Médico Móvel (UTMM) é capaz de atender até cinco pacientes ao mesmo tempo, de diferentes lugares, já que possui gerador. É possível, por exemplo, instalar o container em estacionamentos de hospitais, clínicas, UBSs, comunidades e praças para dar suporte no atendimento médico.
A importância da UTMM
Como explica Maria Cristina Galafassi, a ideia da UTMM surgiu após a especialista perceber que os pacientes com Covid-19 estavam deixando de receber o atendimento necessário para evitar complicações no pulmão. “No hospital, eles recebem medicação e fazem fisioterapia pulmonar, mas teriam de dar continuidade após a alta.”
A especialista começou a notar que pacientes de hospitais privados recebiam alta mais rapidamente que aqueles da rede pública e até alguns hospitais mais populares da rede privada. Além disso, esses pacientes com melhor condição econômica consegue contratar fisiotarapeutas para dar continuidade do tratamento em casa – o que não é possível para a maior parte da população.
O tratamento fisioterápico oferecido na UTMM tem capacidade de atender essa parcela de pacientes que ficam desamparados após alta. Além disso, a unidade pode ajudar àqueles que aguardam um leito de UTI. “Fico indignada em ver pessoas morrendo na fila sem uma fonte de oxigênio”, afirma Maria Cristina Galafassi, que também é médica voluntária da Liga do Bem, que promove atendimento médico a pessoas menos favorecidas no Sertão da Bahia.
A primeira unidade já foi desenvolvida, mas a idealizadora, que tem apoio da Associação Nacional dos Inventores (ANI), busca suporte financeiro para colocar em prática a UTMM.
A estrutura também pode ser alterada de acordo com as necessidades do setor da saúde. Se em meio a pandemia pode ser utilizada para o resgate pulmonar dos pacientes, no futuro pode ser transformada em um módulo de pronto atendimento, unidade de terapia semi-intensiva e até mesmo centro cirúrgico.