Meningite: infectologista esclarece mitos e reforça importância da vacinação


Apesar de ser uma doença conhecida, a meningite ainda é cercada por mitos que comprometem sua prevenção – e um dos mais perigosos é o de que ela é rara. Segundo o infectologista Felipe Moreno, do Hospital Evangélico de Sorocaba (HES), essa percepção equivocada faz com que muitas pessoas deixem de se vacinar, aumentando o risco de surtos e complicações graves.

A seguir, o especialista esclarece alguns dos principais mitos sobre a meningite e reforça os cuidados essenciais com sintomas, diagnóstico e prevenção.

A vacina não é necessária se a criança for saudável.

Mito. “Isso não é verdade. O Brasil ainda registra casos graves todos os anos, e muitos poderiam ser evitados com a vacinação”, alerta o médico.

Só existe um tipo de meningite.

Mito. A meningite é uma infecção das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, e pode ser causada por vírus, bactérias e fungos. Nas formas bacterianas, consideradas as mais graves, a transmissão ocorre por gotículas de saliva, tosse ou espirro, da mesma forma que um simples resfriado.

A doença atinge apenas crianças.

Mito. De acordo com o especialista, pessoas de qualquer idade podem contrair, mas crianças pequenas, adolescentes, idosos e pessoas com imunidade baixa estão entre os grupos mais vulneráveis. O risco aumenta em locais fechados e com aglomeração, como creches, escolas e alojamentos.

Não tem cura.

Mito. Todas as meningites têm tratamento e chance de cura, especialmente se forem identificadas e tratadas rapidamente.

Pessoas vacinadas nunca terão a doença.

Mito. As vacinas protegem contra os tipos mais graves, mas não garantem imunidade total contra todos os agentes.

Sintomas que exigem atenção imediata

Entre os sintomas clássicos, estão febre alta de início súbito, dor de cabeça intensa e rigidez no pescoço. Também podem ocorrer náuseas, vômitos, sonolência, sensibilidade à luz e manchas vermelhas na pele que não desaparecem ao apertar. Em bebês, os sinais são mais discretos, como choro irritado, recusa para mamar e moleira abaulada. “A diferença para uma virose comum está na intensidade e na rápida piora do quadro. Uma gripe melhora em poucos dias, enquanto a meningite tende a se agravar rapidamente e pode ser fatal se não for reconhecida a tempo”, explica o infectologista.

Diagnóstico e prev

enção

Como a doença pode evoluir rapidamente, quanto mais cedo o diagnóstico, maior a chance de cura sem sequelas. A meningite bacteriana é uma emergência médica e pode causar surdez, convulsões, danos neurológicos permanentes e até levar à morte. “O diagnóstico rápido e o início precoce do antibiótico fazem toda a diferença no desfecho do paciente”, enfatiza o médico.

Além da vacinação, que protege contra diferentes agentes causadores, como meningococo, pneumococo e Haemophilus, o infectologista reforça outras medidas de prevenção:

– Não compartilhar copos e talheres;

– Lavar bem as mãos;

– Cobrir a boca e o nariz ao tossir;

– Manter os ambientes ventilados.

“Quando há um caso confirmado, pessoas que tiveram contato próximo podem precisar tomar antibiótico preventivo, indicado pelo médico. E vale reforçar: prevenção e informação salvam vidas. A meningite é grave, mas pode ser evitada com atitudes simples e com a imunização em dia”, conclui Dr. Felipe.

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