Ministério da Saúde inclui Coronavac no plano de imunização


O Ministério da Saúde informou hoje que está desenvolvendo uma campanha de comunicação que tem como objetivo informar e dar segurança à população sobre a eficácia das vacinas contra a covid-19 que serão usadas pelo Brasil.

A informação foi detalhada hoje pelo secretário de Vigilância Sanitária e Saúde, Arnaldo Medeiros, durante lançamento do Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, e vai na contramão da postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que já disse em mais de uma ocasião que não tomará o imunizante, levantou suspeitas sobre a eficácia e sugeriu que as pessoas assinassem um termo de responsabilidade antes de serem vacinadas.

Ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o relatório da MP (Medida Provisória) 1003/20, que trata da adesão do Brasil à aliança global pela vacina igualitária contra a covid-19, não vai incluir o termo de consentimento exigido pelo governo para vacinar a população.

Segundo a pasta, a campanha de comunicação está sendo desenvolvida em duas fases:

  • Fase 1 – Campanha de informação sobre o processo de produção e aprovação de uma vacina, com vistas a dar segurança à população em relação a eficácia do(s) imunizante(s) que o país vier a utilizar, bem como da sua capacidade operacional de distribuição.
  • Fase 2 – Campanha de Informação sobre a vacinação, públicos prioritários e demais, dosagens, locais etc. Prevista para iniciar assim que tenhamos a definição das vacinas.

Em seu discurso, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, também destacou a eficiência de campanhas brasileiras de vacinação e destacou a experiência do Brasil.

“Claro que a última fase é o monitoramento dos vacinados para atender qualquer necessidade. Isso é o planejamento. Quando a gente tem noção do tamanho do PNI, vê quanta desinformação corre a respeito da capacidade do Brasil para conduzir essa missão. Vamos nos orgulhar da nossa capacidade. Não foi feita por mim. Foram nossos antecessores que criaram o SUS [Sistema Único de Saúde], organizaram o PNI. Então vamos levantar a cabeça. Acreditem: o povo brasileiro tem capacidade de ter o maior sistema único de saúde do mundo”, disse ele.

o evento desta manhã, o presidente esteve acompanhado de outros quatro militares à frente no palco onde foram feitos os discursos: Pazuello, Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Braga Netto (Casa Civil) e Fernando Azevedo e Silva (Defesa). Nenhum deles usava máscara.

Segundo o Ministério da Saúde, todos os governadores, laboratórios que estudam vacinas e associações de prefeitos foram convidados. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) não foi ao evento. Desafeto político de Bolsonaro, ele justificou que é seu aniversário de 63 anos, vai ficar próximo à família e despachar de São Paulo. Em seu lugar foi enviado o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn.

Plano inclui CoronaVac

O plano de imunização já havia sido apresentado ao STF (Supremo Tribunal Federal) na semana passada. O documento inclui a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan (SP) em parceria com o laboratório chinês Sinovac e outros 11 imunizantes, entre eles Pfizer/BioNtech, Oxford/AstraZeneca e Sputnik V.

Nesta semana, a AGU (Advocacia-Geral da União) respondeu a questionamentos do STF e informou que a vacinação começará cinco dias após aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância em Saúde) e da entrega das doses por algum laboratório.

UOL

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