Mulheres têm mais nevoeiro cerebral após Covid, diz estudo do Sarah


O nevoeiro cerebral observado no pós Covid afeta profundamente a qualidade de vida, com prejuízos na atenção, memória e concentração

Em meados de 2020, três em cada dez pessoas que procuravam a Rede Sarah de Hospitais buscavam por serviços de reabilitação para os sintomas da Covid longa. A demanda – persistente nos três anos seguintes – chamou a atenção dos pesquisadores da instituição especializada no tratamento de pacientes com lesão cerebral e na medula.

O aumento de casos de Covid longa resultou em um estudo liderado pela neurocientista Lucia Willadino Braga, presidente da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação. Publicado em junho de 2022 na revista NeuroRehabilitation, o artigo ganhou repercussão internacional, com divulgação na base de dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre Covid-19.

Pessoas curadas da infecção do coronavírus – desde as formas mais leves às mais graves – apresentavam uma alta incidência de ansiedade e depressão. Mas um sintoma se destacou dos demais: o nevoeiro cerebral (ou névoa cerebral), especialmente entre mulheres com escolaridade alta.

“Leio uma página e quando chego no final, pergunto ‘o que eu li?’”, relatou uma das pacientes atendidas na unidade de Brasília. “Vou na cozinha pegar um copo com água e na metade do caminho já não sei o que fui fazer”, disse outra. “Esqueço o horário dos compromissos, o local onde coloquei objetos”, lamenta outro relato.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *