O Amazonas registrou em 12 de janeiro a média móvel de 1.887 casos confirmados de coronavírus. O recorde é 85,3% maior do que o registrado em 5 de janeiro, uma semana atrás, de 1.018. O estado sofre com a lotação no sistema de saúde e enfrenta uma crise pela falta de oxigênio no tratamento dos pacientes.
Até então, a maior média móvel registrada pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas tinha sido em 29 de maio de 2020, com 1.693. Com o aumento de casos, a média móvel em 12 de janeiro deste ano é 11,45% maior em comparação com este número.
A capital Manaus também registrou aumento na média móvel de infecções pela doença. Em 12 de janeiro, foi registrada a média de 950,5 casos – maior número desde o início da pandemia.
Em relação à média móvel de mortes por Covid-19, os números aumentaram, mas ainda não superaram o pico da pandemia. Em 11 de janeiro deste ano, a média móvel de mortes registrada no Amazonas foi de 46,88 – maior número desde 22 de maio de 2020, quando a média era de 49. A maior média registrada foi de 78, em 4 de maio do ano passado.
Embora a Vigilância em Saúde ainda não tenha atualizado os dados da média móvel em 14 de janeiro, é provável que os números continuem a crescer. De acordo com o boletim epidemiológico da Fundação Vigilância em Saúde do Amazonas divulgado ontem (14), o estado registrou recorde de novos casos e hospitalizações por Covid-19 desde o início da pandemia.
Nas últimas 24 horas, o estado contabilizou 3.816 novos casos confirmados de Covid-19. Apenas em Manaus, foram 2.516 novas infecções. Os números são recordes para o Amazonas e a capital desde o início da pandemia.
Até esta quinta-feira (14), o Amazonas registrou 223.360 casos confirmados da doença, além de 5.930 mortes. Já na capital, são 93.977 casos e 3.892 mortes.
Em apenas um dia, o Amazonas contabilizou 258 novas internações de pacientes com coronavírus. Nos primeiros 14 dias deste ano, o Amazonas registrou 2.768 internações por Covid-19. O número é puxado pela capital Manaus, que registrou 254 novas internações – maior já registrada para o município desde o início da pandemia.
Na capital, a situação crítica é exposta pelo aumento de enterros. Apenas nos 14 dias de janeiro, foram registrados 1.672 – 84,75% mais do que os 905 registrados no mês inteiro em 2019.
Em relação aos enterros de pacientes que morreram pela Covid-19, Manaus registrou 695 neste mês. O número é recorde mensal – ou seja, maior número já contabilizado em um mês – desde o início da pandemia, mesmo que o mês de janeiro de 2021 ainda não tenha acabado.
Em 2020, Manaus realizou o enterro de 1285 vítimas confirmadas de Covid-19. Apenas nos 14 dias de janeiro de 2021, os enterros realizados superam a metade do contabilizado em um ano inteiro.
“Vários governadores já se colocaram à disposição para recepcionar pacientes com Covid-19 em seus estados e prontamente reservaram suas estruturas hospitalares para dar o apoio necessário para atender aos pacientes do Amazonas”, declarou, na nota, o Secretário-Executivo do ministério, Elcio Franco.
Na mesma nota, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, informou aue a pasta trabalha em parceria com o Ministério da Defesa para regularizar o fornecimento de oxigênio para os hospitais do Amazonas.
“Estamos trabalhando intensivamente na logística e parcerias para, em menor tempo possível, e com mais efetividade, sanar a crise sanitária pela qual passa o estado do Amazonas. Não estamos medindo esforços”, afirmou Pazuello.
Oxigênio
Uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) chegou na madrugada desta sexta-feira (15) a Manaus, no Amazonas, transportando cilindros de oxigênio líquido para abastecer os hospitais da cidade, que sofrem com a falta do insumo para tratar pacientes com Covid-19.
De acordo com o Comando da Aeronáutica, o avião C-130 Hércules levou 6 cilindros de oxigênio líquido, totalizando 9.300 kg de carga.
Um quilo de oxigênio líquido equivale a cerca de 0,75 metro cúbico do produto gasoso, portanto, os hospitais devem receber pouco mais de 7 mil metros cúbicos do produto para atender seus pacientes.
“O Comando da Aeronáutica está dedicando permanentemente o esforço do seu efetivo e de suas aeronaves, 24 horas por dia e 7 dias por semana, em atendimento às necessidades da sociedade brasileira no enfrentamento à pandemia da Covid-19”, informou a FAB, em nota.
Pacientes transferidos
A transferência de pacientes com Covid-19 de Manaus para hospitais em outros estados começou nesta sexta-feira (15).
De acordo com informações da Força Aérea Brasileira (FAB), o primeiro embarque ocorreu logo pela manhã. As aeronaves deixaram Manaus com 9 pacientes e 5 médicos com destino a Teresina, no Piauí.
O Ministério da Saúde informou que os pacientes serão transferidos para sete capitais brasileiras e para o Distrito Federal.
“Já estão garantidos – de imediato – 149 leitos: 40 em São Luís (MA); 30 em Teresina (PI); 15 em João Pessoa (PB); 10 em Natal (RN); 20 em Goiânia (GO); 4 em Fortaleza (CE); 10 em Recife (PE) e 20 no Distrito Federal”, informou a pasta.
CNN BRASIL