Novo estudo questiona a eficácia das colonoscopias no rastreamento de câncer


No Brasil, a cada ano são detectados aproximadamente 40 mil novos casos de câncer colorretal e registradas cerca de 20 mil mortes pela doença; entenda o impacto dos exames de rastreamento

As colonoscopias são um rito de passagem temido para muitos adultos de meia-idade. A promessa é que, se você suportar o constrangimento e a invasividade de ter uma câmera percorrendo o comprimento de seu intestino grosso uma vez a cada década após os 45 anos, você terá a melhor chance de detectar – e talvez prevenir – câncer colorretal.

No Brasil, a cada ano são detectados aproximadamente 40 mil novos casos e registradas cerca de 20 mil mortes pela doença. É a segunda causa mais comum de morte por câncer nos Estados Unidos, sendo que cerca de 15 milhões de colonoscopias são realizadas no país norte-americano a cada ano.

Agora, um estudo de referência sugere que os benefícios das colonoscopias para o rastreamento do câncer podem ser superestimados.

O estudo marca a primeira vez que as colonoscopias foram comparadas diretamente com a ausência de rastreamento de câncer em um estudo randomizado. O estudo encontrou apenas benefícios escassos para o grupo de pessoas convidadas a fazer o procedimento: um risco 18% menor de contrair câncer colorretal e nenhuma redução significativa no risco de morte por câncer. Os achados foram publicados no domingo (10) no The New England Journal of Medicine.

O pesquisador do estudo, Michael Bretthauer, gastroenterologista que lidera o grupo de eficácia clínica da Universidade de Oslo, na Noruega, disse ter achado os resultados decepcionantes.

Mas como pesquisador, ele tem que seguir a ciência, “então acho que temos que abraçá-la”, disse ele. “E podemos ter vendido demais a mensagem nos últimos 10 anos ou mais, e temos que recuar um pouco”.

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