Pesquisa feita pela USP utilizou dados obtidos nos torneios entre 1998 e 2010. Cardiologista dá dicas de prevenção
O futebol é, sem dúvida, um causador de fortes emoções entre os brasileiros, o que se intensifica durante a Copa do Mundo. No entanto, quem tem doenças cardíacas deve tomar cuidado para não sobrecarregar o coração, principalmente porque a ocorrência de infartos é maior durante os jogos do Brasil.
Um estudo recente, realizado pela Universidade de São Paulo (USP), apontou que o número de infartos aumenta entre 4% a 8% durante partidas de futebol da Seleção Brasileira. A pesquisa utilizou dados obtidos nos torneios entre 1998 e 2010, com o objetivo de analisar a saúde dos torcedores.
O estudo – publicado na revista científica Arquivos Brasileiros de Cardiologia, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) – comparou a incidência de infartos durante os jogos e em períodos de normalidade, levando em conta pessoas com mais de 35 anos.
Infarto
O infarto do miocárdio ocorre quando inúmeras células da região do coração morrem por conta da formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo. Como consequência, as artérias entopem e dificultam a oxigenação no órgão, explica o cardiologista chefe da Clínica PrimeCor, Dr. Francisco Pupo.
“A explicação para o estudo é que durante os momentos de fortes emoções pode ocorrer vasoconstrição das artérias do coração. Ou seja, é quando essas artérias subitamente se estreitam. Isso acaba dificultando a circulação do coração, podendo levar ao infarto”, detalha o médico.
O problema não é só o futebol. Isso porque outras situações de exposição a níveis altos de estresse também são um gatilho para o ataque cardíaco. Além disso, homens acima dos 45 anos, assim como mulheres que já passaram dos 55 anos, correm maior risco de infartar.
Segundo o cardiologista, pessoas com registros anteriores de doenças cardíacas têm maior risco para essa ocorrência. “No entanto, aqueles que possuem um estilo de vida saudável, com práticas esportivas, controle dos níveis de pressão e boa alimentação estão mais protegidos”, destaca o Dr. Francisco.