O que é importante saber sobre as dificuldades de aprendizagem das crianças


Pessoas com transtornos de neurodesenvolvimento também são capazes, basta encontrar o caminho certo para cada uma

Paula é pedagoga, formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com especialização em Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia (Facon-SP), Educação Especial, Arte de Contar Histórias e Arteterapia pelo Instituto Sedes Sapientiae e Leitura e Escrita, também pela PUC-SP. A profissional já atuou como assessora pedagógica em escolas públicas e particulares.

A dislexia, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e outros distúrbios de aprendizagem são transtornos do neurodesenvolvimento que requerem atenção constante de famílias e escolas. Com estratégias corretas, é possível respeitar o ritmo de cada criança e, de acordo com as dificuldades apresentadas, conquistar avanços reais na aprendizagem.

Para a psicopedagoga e escritora infantil Paula Furtado, sinais contínuos de desatenção, que indicam que a criança precisa de ajuda, devem ser observados de perto, como: trocar letras ao ler e escrever de forma persistente; dificuldade para compreender textos simples; esquecimento frequente de instruções; demora para copiar ou organizar o material escolar; irritação, recusa ou choro diante das tarefas.

“O desinteresse momentâneo pela escola costuma aparecer em certas fases ou em matérias específicas. Já uma dificuldade de aprendizado se mostra constante, em diferentes situações, e mesmo quando a criança se esforça, ela não consegue avançar como deveria. E é nesse momento que psicopedagogos, psicólogos e fonoaudiólogos podem atuar em conjunto para garantir uma abordagem global”, pontua a profissional.

Estratégias que fazem a diferença

Paula destaca que os pais podem adotar ações práticas para apoiar, com leveza, na rotina de estudos. Entre as recomendações para crianças com dislexia e TDAH estão: estabelecer rotinas curtas e previsíveis; tornar o estudo lúdico usando cronômetro colorido, músicas suaves ou um quadro de conquistas; dividir tarefas em etapas pequenas; aplicar reforço positivo diante dos avanços; ler junto e brincar com letras ou jogos que estimulem a atenção; e evitar críticas ou comparações, valorizando cada conquista da criança.

Além de ser parceira das famílias, o papel das instituições de ensino é acolher, orientar e desenvolver os alunos. A profissional sugere algumas estratégias pedagógicas para atender essas necessidades: uso de materiais multissensoriais (visual, auditivo, cinestésico); divisão das tarefas em partes curtas; oferecer tempo extra em provas e atividades; trabalhar a leitura com jogos, músicas e recursos lúdicos; e incentivar a cooperação em vez da competição.

“Transtornos não significam incapacidade, e sim um modo diferente de aprender. Todas as crianças são capazes — basta encontrar o caminho certo para cada uma”, conclui Paula.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *