O que o câncer de mama me ensinou?


Eu sou Renata Dantas, tenho 40 anos, sou casada e tenho três filhas. Arquiteta por formação, mas atuo como empresária de moda. Minha vida sempre foi muito boa. Tive uma infância “cor de rosa”, como costumo dizer, cercada de amor, carinho e atenção dos meus pais. Cercada por familiares e amigos maravilhosos. Estudei em uma ótima escola, cresci numa casa confortável, tive a oportunidade de começar a conhecer o mundo desde cedo e realizei todas as minhas fantasias de criança: fui bailarina, cantora, pianista, tenista, modelo, “artista de TV”… Não me faltou nada! Desse tempo só guardo boas lembranças.

Certamente, a combinação disso tudo serviu de lastro e ajudou a moldar minha personalidade para que eu chegasse inteira à idade adulta, pronta para enfrentar tão bem as batalhas da vida que viriam pela frente. As experiências, boas e ruins, me ajudaram a amadurecer e a me tornar uma pessoa melhor e mais forte.  Entre os momentos mais difíceis que enfrentei na vida, destaco a perda do meu pai, os trinta dias de internação da minha filha, Laurinha, para tratar uma pneumonia bacteriana com apenas 1 aninho de idade e, por último, a descoberta do câncer de mama.

Meu diagnóstico se deu por acaso e na hora certa. Tive muita sorte. Isso fez toda a diferença e me deu segurança para encarar a batalha, certa de que a venceria. Talvez por isso eu tenha mantido a serenidade desde o início. É um processo que exige de nós muito equilíbrio e muita sabedoria para passar bem por ele. E quando se tem três filhas pequenas ainda?  No meu caso, eu tanto queria me curar por elas e para elas, quanto eu também me preocupava em não deixá-las absorver o peso do problema. E acho que consegui atingir este objetivo com louvor.  Passaram por tudo leves e ilesas, apesar de saberem o que estava acontecendo, pois desde o início fiz questão que soubessem de tudo, mas mostrando como se encara um desafio com força e serenidade.

O meu tratamento foi tranquilo, na medida do possível. Apesar da queda dos cabelos e todos os efeitos colaterais da quimioterapia, ter descoberto o nódulo em fase inicial fez toda a diferença para o protocolo adotado. Tudo foi mais leve e em menor quantidade.

Diante da minha experiência, o que posso deixar aqui registrado para todas as mulheres que lerem esta matéria é que não esperem o câncer “avisar” que chegou. Procure-o antes (e que ele não chegue nunca). O diagnóstico precoce pode salvar sua vida!  Já para as mulheres que enfrentam o mesmo problema que eu enfrentei, gostaria de dizer que todas as adversidades que surgem em nossas vidas só podem ter dois propósitos: nos derrotar ou nos tornar mais fortes, se as enfrentarmos e vencermos. Então escolha enfrentar e vencer.

Essa doença nos coloca numa posição em que conseguimos enxergar a vida e as coisas sob uma perspectiva diferente da que enxergávamos até então. Nunca perca a sua HUMILDADE. Em um mundo repleto de arrogância, não poderia deixar de dar esse recado. Não somos melhores, nem piores que ninguém, apenas diferentes uns dos outros e todos somos importantes.  O câncer não escolhe idade, gênero, cor, classe social, conta bancária.  Portanto, se corremos os mesmos riscos e teremos o mesmo fim, apenas se preocupe em  ser a melhor pessoa que você puder, para que um dia você possa ser lembrado como exemplo, como inspiração… Esse é o maior bem que você pode deixar da sua vida para os outros. SEJA INSPIRAÇÃO!

Renata Dantas
Arquiteta e empresária
Casada com Luís Henrique e mãe de Laura (8), Luísa (6) e Júlia (5)

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