Sistema ainda está em fase inicial, mas pretende ser fonte segura para esclarecer dúvidas
Já é comum consultar temas de saúde na internet, para encontrar explicações sobre sintomas, doenças, diagnósticos, medicamentos, vacinas, tratamentos e estilos de vida. Tendo em mente este comportamento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu, ainda com muitas deficiências, de acordo com as primeiras experiências, um chat de inteligência artificial. A Sarah, apresentada nesta terça-feira, foi criada para esclarecer dúvidas e dar dicas de saúde.
A Smart AI Resource Assistant for Health (Sarah), já havia sido testada durante a pandemia com outro nome, Florença. No entanto, ela ressurge, desta vez, com um novo modelo de linguagem, tecnologia mais avançada e, por enquanto, em oito idiomas. São eles: português, inglês, espanhol, francês, russo, hindi, árabe e mandarim.
Sarah responde perguntas muito gerais com o mínimo de empatia e sempre recomenda ir ao médico. Presume-se que é capaz de fornecer informações sobre os principais temas de saúde, mas nos testes realizados nestas primeiras etapas não conseguiu fornecer links para informações médicas mais específicas e limitou-se a oferecer recomendações muito gerais ou uma lista básica de informações ou sintomas associados a algumas doenças.
Apesar das deficiências deste lançamento, a OMS escolheu não perder o trem da inteligência artificial, sem deixar que a tecnologia associada a informações de saúde caiam nas mãos de empresas com interesses econômicos e comerciais. Como qualquer sistema de IA, Sarah aspira crescer com a interação humana.
A Organização também admite as deficiências do sistema atual. Neste sentido, a diretora da OMS pede “ajuda à comunidade de investigação para continuar a explorar como esta tecnologia pode reduzir as desigualdades e ajudar as pessoas a encontrar informações de saúde atualizadas e confiáveis”.
“O futuro da saúde é digital e apoiar os países para aproveitarem o poder das tecnologias para a saúde é uma prioridade”, explicou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em nota. “Sarah nos dá uma ideia de como a inteligência artificial poderá ser utilizada no futuro para melhorar o acesso à informação de saúde de uma forma mais interativa”.
O avatar foi desenvolvido pela Soul Machines com o apoio da Rooftop e, a OMS alerta que “as respostas podem nem sempre ser precisas porque se baseiam em padrões e probabilidades dos dados disponíveis”. Neste sentido, a organização alerta que não é responsável por qualquer conteúdo de conversação criado por IA generativa nem “representa ou compreende as opiniões ou crenças da OMS”.
O aviso final ao utilizador é decisivo: “Compreende e aceita que não deve confiar nas respostas geradas como única fonte de informação verdadeira ou factual, nem como substituto de aconselhamento profissional”.
Robôs na saúde
A IBM possui o Watson Health um robô de conversa disponível a qualquer momento, que coleta informações básicas.
Na área profissional, a Microsoft desenvolve o Azure Health Bot, um sistema conversacional baseado em informações médicas, protocolos de classificação e modelos de linguagem treinados para compreender a terminologia clínica.
O Google também entrou neste mercado com a família de modelos integrados ao MedLM. Greg Corrado, chefe de Inteligência Artificial para Saúde da empresa, destaca as ferramentas de análise de imagens radiográficas e o AMIE, um aplicativo “otimizado para raciocínio diagnóstico e conversação que emula interações entre o paciente e o profissional”.
Jornal O Globo