Outubro Rosa: Médica Elvira Azevedo fala da transformação que o câncer de mama provocou na sua vida


O depoimento da médica ginecologista Elvira Azevedo, 48 anos, foi publicado na coluna “Eu Aprendi a Viver Bem”, da edição do mês de outubro da Viver Bem em Revista. Uma história de transformação, superação e muita alegria.

A doença trouxe uma nova vida

Atualmente eu digo que minha vida se divide em antes e depois do câncer de mama.  E se alguém me perguntar o que eu tenho a dizer dessa doença: eu agradeço a Deus por ter permitido que eu adoecesse, pois só assim eu aprendi a VIVER BEM. 

Até o ano de 2013 minha vida era resumida a trabalho, stress e sedentarismo, que eu “desopilava” em festas. Enfim, um dia a natureza cobra e quando meu filho mais novo tinha apenas 10 meses de idade eu descobri que estava com câncer de mama e daí veio aquele turbilhão de emoções, lutar para sobreviver, cirurgias, exames e quimioterapias. 

Depois do Câncer, ela se apaixonou pelo Cross Fit e até participa de competições. (foto: arquivo pessoal)

Minha mastectomia não foi simples, afinal, retirei parte do músculo peitoral, do grande dorsal para reconstrução da mama e esvaziamento da axila. Terminei meu tratamento curada, porém não era mais a mesma.  Se por um lado precisava de ajuda para me levantar do chão devido a falta de força no braço, por outro lado minha cabeça era outra. Ali eu renasci e entendi que minha vida não seria mais de tratamentos para curar doenças decorrente de uma vida desregrada, e sim de prevenção de doenças por um estilo de vida novo. Iniciei minha nova trajetória pedalando, mas mesmo assim ainda continuava com algumas deficiências. Foi quando conheci o CROSSFIT e vi como o próprio criador desse esporte diz: um bote salva vidas no meio do mar de doenças crônicas…

Comecei devagar pelas minhas limitações cirúrgicas e, à medida que eu me superava a cada dia, pois trata-se de um esporte diferente e de superações diárias, criava mais vontade de seguir em frente! Eu lutava dentro de mim contra todos os meus medos e contra os tabus que mastectomizada não pode isso ou aquilo. Quando eu comecei a ver que aquele braço sequelado que só levantava 1kg, passou a levantar 50 kg, a ver que aquela pessoa que só levantava do chão com ajuda, fazia flexão de cabeça para baixo, eu percebi que queria mais.

Eu percebi que minha doença não tinha sido em vão e eu iria mostrar para outras pessoas que podemos sim, fazer tudo, basta acreditar. Passei a participar de competições de CROSSFIT, me alimentar bem para poder melhorar minha performance e principalmente entender que o corpo humano pode sim, ser tudo, desde que você cuide bem dele.

Dra. Elvira Azevedo

Ginecologista

 

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