Redução é maior que a observada com a semaglutida, do Ozempic e do Wegovy, que no mesmo período chega a cerca de 6%
A Novo Nordisk afirmou que os primeiros dados dos testes clínicos de seu novo medicamento experimental para a obesidade, a amicretina, levou os pacientes a perderem 13% do seu peso ao longo de 12 semanas. A redução é superior à observada com a semaglutida, substância do Ozempic e do Wegovy, que, segundo um estudo publicado na revista científica JAMA Network Open, proporcionou uma perda de 6% do peso no mesmo período.
O anúncio dos dados preliminares da fase 1 dos estudos clínicos foi feito em uma reunião com investidores nesta quinta-feira. O estudo foi pequeno, mas a Novo Nordisk disse que fornece uma base para o desenvolvimento adicional da pílula. As ações da empresa subiram até 5,8% em Copenhague após o encontro.
A amicretina é uma molécula em testes da mesma classe terapêutica da semaglutida, que tem revolucionado o tratamento da obesidade pelo mundo. Os remédios da categoria foram selecionados pela prestigiosa revista científica Science como “o avanço científico de 2023” devido ao impacto global.
A semaglutida simula um hormônio chamado GLP-1, que atua na sensação de saciedade e reduz a velocidade da digestão da comida. Com isso, a pessoa sente menos fome e perde peso. Já a amicretina é uma versão mais avançada por simular dois hormônios gástricos, o GLP-1 e a amilina.
Essa combinação de mais de um alvo no mesmo medicamento já mostrou aumentar a eficácia com a tirzepatida, princípio ativo do remédio Mounjaro, da Eli Lilly, que simula o GLP-1 e um outro hormônio chamado GIP. Enquanto a semaglutida levou, em média, a uma perda de peso de 17,4% após 68 semanas, a da tirzepatida chegou a 25,3% após 88 semanas.
O Mounjaro e o Wegovy foram aprovados no Brasil pela Anvisa, mas ainda não estão disponíveis no mercado devido à alta demanda global. Em relação ao futuro, a farmacêutica do Mounjaro, Eli lilly, conduz ainda testes com a retatrutida, uma outra molécula que é um triplo agonista: além do GLP-1 e do GIP, simula também o GCC. Em testes iniciais, ela levou a 24,2% menos peso depois de apenas 48 semanas de tratamento.