Informação é do infectologista e professor de Medicina da UnP/Inspirali, Igor Queiroz
Pacientes diagnosticados com Mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, podem desenvolver até 10 sintomas ao mesmo tempo, segundo o infectologista Igor Queiroz, que é professor da Universidade Potiguar (UnP).
A doença, que tem ganhado mais atenção em meio ao aumento de casos, pode se manifestar de forma intensa e variada, afetando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Entre os sintomas mais comuns estão febre alta, dores de cabeça, erupções cutâneas, lesões na pele, dores musculares e articulares, cansaço extremo, aumento de linfonodos, náuseas e vômitos.
“Esses múltiplos sintomas tornam o diagnóstico e o tratamento mais complexos, exigindo atenção multidisciplinar”, afirma o especialista, que também é médico no Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e presidente da Sociedade Riograndense do Norte de Infectologia (SRNI).
Os primeiros sinais e sintomas da Mpox podem aparecer de 3 a 21 dias após o contato com o vírus. A transmissão ocorre desde o início dos sintomas até o momento em que todas as lesões na pele cicatrizam completamente.
“O número de lesões na pele pode variar significativamente, e as áreas afetadas tendem a se concentrar naquelas que tiveram contato direto com as lesões que originaram a transmissão. As lesões podem ser elevadas, preenchidas com um líquido claro ou amarelado, e em algumas situações formam crostas que, com o tempo, secam e se desprendem. As erupções cutâneas podem surgir em diversas partes do corpo, como rosto, boca, tronco, mãos, pés e também nas regiões genitais e anais”, explica Queiroz.
Prevenção
Não existe um tratamento específico para a infecção causada pelo vírus da Mpox. O atendimento médico tem como foco o alívio dos sintomas, controle da dor e a prevenção de possíveis sequelas a longo prazo. Já a vacina contra a Mpox, segundo o Ministério da Saúde, tem uma disponibilidade limitada devido à complexidade de sua produção, o que torna sua distribuição desafiadora em escala global.
De acordo com médico infectologista, a prevenção é a forma mais eficaz de proteção contra a doença. “É fundamental evitar o contato com pessoas suspeitas ou confirmadas de estarem infectadas. Nos casos em que o contato for inevitável, como para cuidadores, profissionais de saúde e familiares próximos, é essencial o uso de luvas, máscaras, avental e óculos de proteção. Higienize regularmente as mãos com água e sabão ou utilize álcool em gel, especialmente após o contato com a pessoa infectada, suas roupas, lençóis, toalhas ou qualquer item ou superfície que tenha tocado as erupções cutâneas, lesões ou secreções respiratórias”, ressalta.
“Outro cuidado importante é incluir a lavagem de roupas, roupas de cama, toalhas, talheres e objetos pessoais do paciente com água morna e detergente. Além disso, todas as superfícies contaminadas devem ser limpas e desinfetadas, e os resíduos, como curativos, devem ser descartados de maneira apropriada para evitar a propagação do vírus”, finaliza o professor de Medicina da UnP/Inspirali, Igor Queiroz.