Participação do pai na gestação, parto e puerpério fortalece vínculos familiares


George Miranda de Ebserh

A presença do pai na gestação, no parto e no puerpério tem ganhado espaço nas práticas adotadas pelas unidades vinculadas à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no Rio Grande do Norte. No Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB), em Santa Cruz, e na Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), em Natal, ambos da Universidade Federal do estado (UFRN), iniciativas de humanização têm promovido o acolhimento e o protagonismo paterno como parte do cuidado integral à mãe e ao bebê.

HUAB e MEJC incentivam o envolvimento paterno desde o pré-natal

Mais do que acompanhantes, os homenageados neste segundo domingo de agosto são considerados figura indispensável no processo de nascimento, com papel de destaque no apoio emocional à mulher e na formação do vínculo com o filho desde os primeiros minutos de vida.

Para a assistente social Maureen Azevedo, da MEJC, essa participação representa o exercício do direito à paternidade ativa. “O envolvimento do pai fortalece a estrutura emocional da mulher e contribui para a criação de um ambiente saudável no puerpério. Além disso, os pais passam a apoiar práticas como a amamentação e os cuidados com o recém-nascido”, explica.

As duas unidades promovem rodas de conversa, visitas guiadas e ações educativas voltadas para gestantes, puérperas e acompanhantes. Nos alojamentos conjuntos e na Unidade Canguru, os profissionais discutem temas como rede de apoio, direitos sociais e o papel do pai no desenvolvimento do bebê. No HUAB, por exemplo, a integração dos pais começa no pré-natal. “Incentivamos a presença do acompanhante durante todas as fases do parto, conforme preconizam as boas práticas da humanização”, afirma Edson Mendes, enfermeiro e chefe do Setor Materno-Infantil e Saúde da Mulher da unidade.

As instituições também buscam atender aos mais diversos perfis familiares. A escuta qualificada e o acolhimento humanizado são princípios fundamentais para lidar com pais adolescentes, casais homoafetivos ou contextos de ausência paterna. “Procuramos garantir respeito, orientação e apoio, independentemente da configuração familiar”, pontua Maureen Azevedo.

Presença que faz a diferença

Com o sorriso de orelha a orelha pelo presente de Dia dos Pais antecipado, Rodrigo Afonso, de 37 anos, acompanhou o nascimento da filha, Lua Thaynara, no HUAB, no último 5 de agosto. Para ele, a participação desde o pré-natal contribuiu para uma vivência mais segura. “A gestação foi tranquila, e o parto aconteceu de forma rápida. Chegamos ao hospital, ela tomou um banho e logo o trabalho de parto começou. A equipe foi excelente com a gente”, lembra.

Lua é a segunda filha do casal. O primogênito, Samuel, também nasceu no HUAB, há um ano. Emily Naiara, mãe das crianças e companheira de Rodrigo, ressalta a qualidade do atendimento. “A melhor maternidade da região é aqui. Tem profissional toda hora perguntando como a gente está, se precisa de alguma coisa. É maravilhoso. Já falei daqui para minhas amigas e familiares”, conta. Ela destaca que, mesmo sendo o segundo parto, “a experiência foi tranquila, graças à segurança oferecida pela equipe”, completa.

Pai e profissional

Além da atuação profissional, Edson Mendes também compartilha a experiência como pai de quatro filhos e avô. “Ser pai me tornou um enfermeiro melhor. Aprendi a escutar, acolher medos e respeitar o tempo do outro. Hoje, como avô, aprendi ainda mais sobre o valor do afeto. Acredito que a paternidade e a experiência familiar ampliam nossa empatia como profissionais de saúde”, reflete.

Para ele, os benefícios da presença do pai são visíveis na formação de vínculos duradouros e no fortalecimento da dinâmica familiar. “Quando o pai participa desde o início, ele se sente mais responsável com todas as etapas do processo. Isso contribui para uma sociedade mais sensível e zelosa pelo cuidado com as crianças”, conclui.

Fonte: Ebserh. Texto: George Miranda; Revisão: Ludmila Wanbergna

UFRN

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