Nos últimos anos, a relação entre redes sociais e saúde mental tem sido tema de inúmeros estudos científicos em todo o mundo. Pesquisadores investigam como o uso intenso de plataformas como Instagram, TikTok, Facebook e X pode impactar o bem-estar psicológico — e algumas evidências sugerem que uma pausa no uso pode trazer benefícios reais, especialmente para pessoas que apresentam sintomas de ansiedade e depressão.
Evidências científicas reais
Um estudo controlado publicado na revista Cyberpsychology, Behaviour and Social Networking concluiu que indivíduos que pararam de usar redes sociais por uma semana relataram melhora significativa no bem-estar geral e redução de sintomas de ansiedade e depressão quando comparados a quem continuou usando normalmente. Os participantes que interromperam o uso apresentaram scores melhores após sete dias, destacando um impacto positivo mesmo em curto prazo. 
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Outra pesquisa, publicada no JAMA Network Open com 373 jovens adultos, mostrou que uma semana de redução no uso de redes sociais resultou em diminuições mensuráveis nos sintomas de ansiedade (16,1%) e depressão (24,8%). Esses resultados foram observados por meio de entrevistas e questionários clínicos antes e depois da pausa. 
Além disso, meta-análises científicas (estudos que reúnem dados de vários ensaios clínicos) indicam que reduzir o uso dessas plataformas está associado a uma diminuição geral nos sintomas depressivos — ainda que com variações entre os estudos. 
O que dizem os especialistas em saúde mental
Médicos e psicólogos alertam que o uso excessivo de redes sociais pode alimentar comparações sociais, medo de exclusão (FOMO), insônia e preocupações exageradas com a própria imagem — fatores associados ao aumento de ansiedade e depressão em diferentes faixas etárias, especialmente entre jovens. 🔬
Embora a relação causa-efeito ainda seja objeto de estudo (ou seja, não se pode afirmar que redes sociais causam transtornos mentais por si só), há consenso de que uso problemático ou excessivo pode agravar sintomas já existentes em indivíduos vulneráveis. Alguns profissionais de saúde mental recomendam pausas temporárias ou limitação do tempo de uso como parte de uma abordagem mais ampla de autocuidado. Estudos também mostram que mudanças no uso podem melhorar qualidade do sono, o que por sua vez está ligado a melhor bem-estar psicológico. 
Limitações e considerações importantes
Especialistas ressaltam que os benefícios de uma pausa podem variar entre pessoas. Enquanto alguns respondem bem à redução do uso, outros podem não notar grandes diferenças — pois fatores como suporte social, rotina de sono e atividades fora das telas também influenciam a saúde mental. Portanto, intervenções devem ser personalizadas e, em casos de transtornos diagnosticados, supervisionadas por profissionais de saúde.
Além disso, há pesquisas que destacam que não é necessário eliminar totalmente as redes sociais para obter benefícios — até mesmo reduzir o tempo de uso pode ser útil. 
Embora ainda haja nuances por entender, a literatura científica atual aponta que uma pausa temporária nas redes sociais pode trazer melhoras perceptíveis nos sintomas de ansiedade e depressão, particularmente em jovens adultos e pessoas que sentem que o uso excessivo interfere em seu bem-estar. Esses resultados reforçam a importância de um uso mais consciente das plataformas digitais e indicam que estratégias simples — como períodos sem redes sociais — podem fazer parte de um plano mais amplo de promoção da saúde mental.


