Pesquisa do Ministério da Saúde aponta uso de cigarro eletrônico por 2,6% dos adultos do país, maior patamar em seis anos


Uso do tabaco convencional aumentou 25% no ano passado em comparação a 2023

Estudo do Instituto Nacional de Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, revelou que, de 2023 a 2024, o Brasil registrou aumento de 24% no total de adultos que usam cigarro eletrônico. Segundo a pesquisa, divulgada nesta quarta-feira em alusão ao Dia Mundial sem Tabaco, 2,6% dos adultos do país são fumantes desses dispositivos, o maior percentual desde 2019 — quando a série histórica foi iniciada.

O uso do tabaco convencional também aumentou 25% no ano passado em comparação a 2023 (13,8% de brasileiros), e superou todos os números desde 2014, o que foi considerado um “retrocesso de 10 anos” pelo Inca.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a principal ação contra o uso do cigarro eletrônico no Brasil é o mantimento da resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proíbe a comercialização, importação, o armazenamento, o transporte e a propaganda desses dispositivos.

— Uma das ações fundamentais é manter a RDC (explicar o que é) da Anvisa. O Brasil tem um patamar cinco, seis, até sete vezes menor de uso desse dispositivo do que países que liberaram a utilização. Então, mostra o acerto da Anvisa da sua RDC e, junto com isso, campanhas do Ministério da Saúde, dos estados, até buscar atingir esse público. Nossa campanha, junto com a OPAS, tenta chegar mais próximo desse público, através das redes sociais, dos instrumentos que esse público utiliza — afirmou Padilha.

Custo bilionário

Ainda segundo a pesquisa do Inca, doenças relacionadas ao tabagismo no Brasil têm um custo anual de R$ 153,5 bilhões, representando 1,55% do PIB nacional. O diretor-geral da instituição, Roberto Gil, atribuiu o aumento do consumo de tabaco convencional à redução dos preços e destacou a importância da Reforma Tributária no enfrentamento ao tabagismo, uma vez que a criação do Imposto Seletivo (IS) pode encarecer os cigarros.

— O cigarro convencional se tornou muito barato, o segundo mais barato nas Américas. E agora a gente está tomando uma retomada do preço de tributação. Por isso que o Ministério da Fazenda foi homenageado, porque na reforma tributária a gente precisa ter um preço do cigarro convencional que seja suficientemente alto, acompanhando outros países do mundo para que haja um desincentivo ao seu consumo.

JORNAL O GLOBO

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