Levantamento foi divulgado por professora e pesquisadora do curso de farmácia da Universidade Federal do Amapá (Unifap).É a primeira pesquisa brasileira a verificar a qualidade de produtos eróticos.
Brinquedos sexuais passaram a ser cada vez mais procurados por consumidoras no Brasil. Pensando na segurança e na saúde, o curso de farmácia da Universidade Federal do Amapá (Unifap) iniciou uma pesquisa que apontou contaminação microbiana em 3 deste produtos: lubrificantes, óleos corporais e bolinhas de introdução íntimas.
Essa é a primeira pesquisa brasileira a verificar a qualidade de produtos eróticos. Dividida em 3 partes, duas delas já foram publicadas. A iniciativa vem da doutora e professora do curso de farmácia Lilian Solón. O estudo será encaminhado para a Organização Mundial de Saúde.
A pesquisa realizada em lojas de Macapá, no Amapá, verificou um crescimento na procura por produtos de sex shop no extremo norte do Brasil.
O interesse em pesquisar a área surgiu da dúvida sobre a qualidade desses produtos, que segundo a pesquisadora não recebem a devida fiscalização.
“Decidimos verificar as reações do uso dessas mercadorias visto que esses produtos são isentos de uma fiscalização rigorosa. Eles são registrados na Anvisa como cosméticos e produtos de higiene pessoal, essa venda livre nos preocupou a partir de quando verificamos contaminação em um dos produtos”, explica a doutora Lílian Solón.
Como foi realizada a pesquisa
Para coletar os dados para o trabalho, foram colocados QR Codes nas portas de sex shop para que consumidoras pudessem responder questionários sobre a utilização de produtos eróticos.
Além de verificar a qualidade, o trabalho também levantou dados sociais da população que procura os produtos, que apontou que entre os consumidores principalmente as mulheres com alta escolaridade.
Outro dado verificado é a incidência de contaminação em produtos importados. Isso chama atenção em função do Brasil não ter regulamentações quanto a importação dessas mercadorias.
Com essas primeiras informações coletadas, a pesquisadora pretende aprofundar o estudo em uma terceira etapa com o apoio de ginecologistas para verificar os impactos do uso de itens sexuais.
Alta procura no Brasil
A busca aumentou principalmente no período de isolamento social da pandemia de Covid-19. Segundo o portal Mercado Erótico, o faturamento do setor de sex shop no país foi de mais de R$ 2 milhões de reais só no ano de 2020, e o perfil de quem mais procura são mulheres casadas com idade entre 25 e 35 anos.
E uma empreendedora que aproveitou o crescimento do mercado erótico no Brasil é a vendedora proprietária de um sex shop online, Luana Alves. Ela abriu a loja na pandemia e, mesmo atualmente, a procura pelos produtos ainda é alta.
Luana utiliza as redes sociais da loja para falar sobre sexualidade e autoconhecimento.
“Muitas meninas não sabem sobre elas mesmas, queriam falar sobre o que estavam sentindo mas não sabiam como expressar, e por isso eu percebi que estava fazendo muito mais do que apenas vender produtos”, afirma.
Segundo a empreendedora, esse mercado é uma oportunidade de cuidar da saúde sexual.
G1