A pesquisa também mostrou que o Pilates é um método seguro para reduzir a duração e a dor na fase ativa do trabalho de parto
A pesquisa também mostrou que a prática do Pilates durante a gestação reduziu a dor e o tempo da fase ativa do trabalho de parto nas mulheres que participaram da pesquisa. A fase ativa do parto é a que mais exige do corpo da mulher, pois as contrações são mais intensas e a dilatação aumenta para facilitar a descida do bebê na pelve.
O estudo apontou ainda que as mulheres que praticaram o Pilates durante a gravidez se sentiram mais seguras durante o parto e conseguiram lidar melhor com a dor. Uma das principais contribuições do método, segundo as participantes, foi o uso das técnicas de respiração e relaxamento do Pilates durante o trabalho de parto.
Pilates: mil e um benefícios
De acordo com Walkíria Brunetti, fisioterapeuta especialista em Pilates e RPG, um dos principais benefícios do Pilates é aprender a respirar e a controlar a respiração profunda, que é feita pelo diafragma.
“Essa respiração é fundamental para o trabalho de parto, principalmente no início, no intervalo e no final das contrações. Além disso, também evita a hiperventilação e contribui para o relaxamento durante o processo do parto”.
O Pilates inclui uma série de exercícios de baixo impacto que aumentam a força, flexibilidade, ajudam a ativar os músculos estabilizadores profundos, principalmente o transverso abdominal em relação à pelve, o que melhora a força da pelve e do tronco, aspectos essenciais para o parto normal.
“Outro benefício é que os movimentos do Pilates podem ser realizados de acordo com as alterações fisiológicas da gravidez, bem como podemos adaptar os exercícios ao tempo da gestação. Contudo, as gestantes devem passar por uma avaliação clínica antes de iniciar as aulas para assegurar que não haja nenhum motivo médico que a impeça de fazer exercícios”, reforça Walkíria.
Menos dor durante a gestação
O ganho de peso, as alterações posturais e hormonais que ocorrem na gestação comumente causam dores nas costas em mais da metade das gestantes. Um estudo, publicado no Journal of Back and Musculoskeletal Rehabilitation apontou que os exercícios de Pilates são eficazes para reduzir a dor e a incapacidade relacionadas à dor nas costas.
“O Pilates trabalha intensamente a musculatura do core e a postura, o que ajuda a aliviar as dores, especialmente na região da lombar. Outro foco dos exercícios é fortalecer o assoalho pélvico que na gravidez tem a tendência de enfraquecer e ficar sobrecarregado devido aos efeitos dos hormônios e aumento da pressão abdominal”, diz Walkíria.
Na verdade, o alongamento muscular é necessário para preparar a pelve para o parto normal. Por outro lado, o enfraquecimento muscular secundário aumenta o risco do desenvolvimento de disfunções, como a perda involuntária de urina e surgimento de hemorroidas, por exemplo.
“Vale reforçar que, independentemente do tipo de parto, é recomendado que todas as gestantes realizem exercícios para o assoalho pélvico para prevenir problemas futuros e o Pilates é um dos melhores métodos para atingir esse objetivo”, aponta a especialista.
Por último, além de passar por uma avaliação médica prévia, a gestante deve procurar profissionais qualificados no método Pilates para prevenir intercorrências durante a prática.
“O ideal é escolher clínicas em que as aulas são ministradas por fisioterapeutas ou educadores físicos certificados que possam fazer um planejamento que leve em consideração as necessidades individuais de cada gestante”, finaliza Walkíria.