Primeira Farmácia Viva do RN garante acesso a medicamentos fitoterápicos de qualidade e promove sustentabilidade, unindo saúde, ciência e preservação ambiental.(foto: divulgação)
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), conquistou a aprovação do Ministério da Saúde para implantar a primeira Farmácia Viva do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado. O projeto funcionará no Hospital Geral Dr. João Machado (HGJM), em Natal, e visa garantir acesso a medicamentos fitoterápicos de qualidade. A iniciativa também promove o uso sustentável de plantas medicinais e incentiva o conhecimento científico regional.
Investimento e Estrutura
Com um investimento inicial de R$ 849 mil garantido pelo Ministério da Saúde para os primeiros três anos de funcionamento, o projeto contará ainda com mais de R$ 500 mil destinados pela emenda parlamentar do deputado federal Fernando Mineiro para a reforma do prédio. A Farmácia Viva será responsável por todo o processo de cultivo, coleta, processamento e distribuição de plantas medicinais e produtos fitoterápicos, seguindo rigorosos padrões de controle de qualidade, acompanhados por um farmacêutico técnico.
Integração com o Projeto “Nossa Horta”
A escolha do HGJM como local da Farmácia Viva se deu pela conexão com o projeto “Nossa Horta”, iniciado em 2021. Esse projeto sustentável, que já produz alimentos para o hospital sem o uso de fertilizantes químicos, será expandido para o cultivo de plantas medicinais. Segundo Ozias Alves, gestor ambiental do HGJM, o uso de compostagem garante um solo de alta qualidade, ideal para o cultivo das plantas medicinais, o que impactará positivamente a saúde da população.
Parceria com a UFRN e Pesquisa Científica
A UFRN, parceira fundamental no projeto, trará alunos de graduação para realizar pesquisas, além de desenvolver atividades de extensão e ensino ligadas à Farmácia Viva. A professora Raquel Giordani, do Departamento de Farmácia da UFRN, ressaltou a importância dessa colaboração para o sucesso do projeto, que será um marco na formação acadêmica e na construção do conhecimento científico no estado.
Espécies Medicinais Cultivadas
Inicialmente, cinco espécies de plantas medicinais serão cultivadas: calêndula, erva baleeira, babosa, erva cidreira e espinheira santa. Esses insumos serão utilizados para a produção de medicamentos fitoterápicos, como chás, géis e cremes, todos com aplicação terapêutica comprovada, incluindo tratamentos para inflamações, queimaduras e desordens do sistema digestivo.
Impacto na Comunidade e Sustentabilidade
A Farmácia Viva trará benefícios não apenas na oferta de fitoterápicos aos pacientes do SUS, mas também criará um espaço de terapia ocupacional e educação. A estrutura incluirá um jardim sensorial e o cultivo de plantas medicinais em um sistema de agrofloresta, que integra a produção de alimentos e medicamentos com um menor impacto ambiental. O projeto será ainda um campo de estágio para estudantes de diversos cursos, fortalecendo a conexão entre academia e prática.
Expectativas para o Futuro
A expectativa é que a Farmácia Viva se torne um centro de referência para a produção de fitoterápicos, abastecendo outras unidades hospitalares do estado e servindo como modelo para a criação de novas unidades em todo o Rio Grande do Norte. O projeto também prevê a abertura de vagas de trabalho e a contratação de profissionais a partir de 2025, garantindo sua expansão e sustentabilidade.