Embora não exista um número fixo para todos, idas muito frequentes ao banheiro para urinar podem sinalizar problemas de saúde
Priscila Carvalho, da Agência Einstein
Não é para ficar paranoico: fazer mais xixi em um dia e menos no outro é normal. Mas quando essa frequência aumenta muito e de forma constante, pode atrapalhar a qualidade de vida ou sinalizar certas questões.
Segundo Karin Anzolch, urologista do Departamento de Comunicação da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o mais comum é a pessoa urinar de cinco a oito vezes por dia. “Se a regularidade é muito maior, o indivíduo pode estar ingerindo líquido demais”, afirma. Há também o risco de ele estar sofrendo um princípio de incontinência urinária, ou doenças como diabetes e hiperplasia da próstata.
O intervalo entre as micções também deve ser levado em consideração. Se uma pessoa ingere menos de dois litros de água por dia, mas vai ao banheiro a cada hora, é necessário procurar um urologista. “O paciente pode ter quadros como o de uma bexiga mais sensível”, destaca o urologista Fernando Leão, proctor em cirurgias da próstata com laser greenlight pela Boston Scientific (EUA).
A incontinência urinária
É uma das doenças mais comuns que aumenta o número de idas ao banheiro. Ela é marcada pela dificuldade ou incapacidade de segurar a urina. Sem tratamento, prejudica muito a qualidade de vida.
Ela é mais comum entre mulheres, que naturalmente possuem uma uretra curta. “A uretra feminina tem de três a seis centímetros. Já a do homem, cerca de 20 centímetros”, diz Karin. Com um canal menor, é mais difícil segurar a urina.
O parto, que pode alterar a musculatura pélvica, é outro fator de risco para a incontinência. Nos homens, ela é mais incidente após cirurgias de próstata. Quadros neurológicos, como esclerose múltipla, obesidade e bexiga hiperativa também podem terminar em um maior número de micções por dia e perda involuntária do xixi.
Existem dois tipos de incontinência: a de esforço e a de urgência. A primeira acontece quando a pessoa tem a musculatura pélvica mais fragilizada e espirra, pula ou faz algum esforço físico. Já segunda é aquela em que o paciente tem uma vontade súbita, e não consegue contê-la antes de chegar ao banheiro.
A boa notícia é que há vários tratamentos para a incontinência urinária. “As taxas de sucesso são elevadas hoje em dia”, afirma a especialista.
Quando a pessoa faz pouco xixi
Isso pode ser sinal de que o indivíduo deve se hidratar mais. A retenção urinária também sugere disfunções renais ou na próstata. “Se a pessoa está urinando menos do que cinco vezes ao dia, é bom avaliar”, afirma Karin.
A cor da urina
O ideal é que o xixi esteja sempre claro, quase transparente. Um amarelo forte aponta para a desidratação ou problemas nos rins. Certos medicamentos também alteram essa coloração. Já se a urina estiver avermelhada, é bom investigar se alguma estrutura do sistema urinária não está lesionada. A ingestão de alimentos como beterraba também deixa o xixi com esse tom.