A vacina da Pfizer/BioNtech contra a Covid-19 se mostrou capaz de neutralizar as variantes do novo coronavírus Sars-CoV-2 que foram primeiro identificadas no Reino Unido e na África do Sul, de acordo com pesquisa publicada nesta segunda-feira (8) na revista Nature Medicine.
Os resultados já tinham sido divulgados no fim de janeiro, ainda em formato de pré-print (sem a revisão de outros cientistas) e foram confirmados agora em uma publicação tradicional.
O produto foi testado contra as mutações N501Y (observada nos dois países), D614G (do Reino Unido) e E484K (somente na África do Sul) que são localizadas na proteína spike – a parte do vírus que se conecta com as células humanas – e que parecem aumentar essa habilidade do vírus. A primeira variante também parece aumentar os possíveis hospedeiros do vírus e afetar também os camundongos.
Pesquisadores da Pfizer e cientistas da University of Texas Medical Branch (UTMB) observaram uma redução duas vezes menor nos níveis de anticorpos, indicando que a vacina provavelmente seria eficaz na neutralização de um vírus com as chamadas mutações E484K e N501Y encontradas na variante sul-africana.
O estudo foi realizado com sangue colhido de pessoas que receberam a vacina. Suas descobertas são limitadas porque não examina o conjunto completo de mutações encontradas na nova variante sul-africana.
O surgimento das novas variantes gera preocupação sobre o efeito na vacinação porque justamente a proteína spike do vírus é o alvo dos anticorpos neutralizantes que têm sua produção induzida por muitas das vacinas.
Neste domingo, a África do Sul suspendeu a vacinação com o produto de Oxford após observar que ele estava sendo pouco efetivo contra a variante local.
Os pesquisadores, liderados por Pei-Yong Shi, da Universidade do Texas, e Philip Dormitzer, da Pfizer, fizeram combinações dessas três variantes e as testaram diante de um painel sorológico de 20 pessoas que tinham participado dos testes clínicos da vacina.
CNN BRASIL com informações de Estadão Conteúdo e Reuters