Saúde: um bate-papo sobre gestão com a consultora Adriana Benavides


O negócio da saúde vive cenários de ebulição de uns anos para cá, e, segundo empresas especializadas  em fusões  e aquisições,  o ano de 2022 não será diferente. Pesquisas apontam que  o mercado continuará aquecido por mais tempo, seja com projetos de expansão geográfica, crescimento orgânico, ampliação do escopo de serviços, dentre outros, e ainda segundo vários analistas do setor, a Região Nordeste está na mira dos investidores. Todas essas movimentações  vem gerando um aumento na competitividade entre os players da saúde, trazendo com isso  a necessidade de se profissionalizarem e assim competir de igual a igual com os  grandes players.

Diante desse cenário, convidamos a consultora Adriana Benavides, que possui vasta experiência em gestão organizacional, além de um conhecimento bem aprofundado nesse segmento e  vem atuando junto a empresas de saúde, para falar sobre a implantação de modelos de gestão mais profissionalizados e com isso, tornar-se mais competitivas.

 

vb – Como você vê o comportamento das empresas do segmento de saúde  para atuar  nesse “novo mercado”?

Eu acredito que  grande parte dessas empresas ainda está um pouco perdida com relação a seus modelos de gestão  necessários  para atingir maior competitividade  e a necessidade inegável de aprimorar seus padrões de gestão como instrumento para seu sucesso.  Algumas empresas estão reagindo bastante bem, sendo proativas e  se preparando para enfrentarem futuros concorrentes, mas outras  ainda estão em processo de negação ou de subestimar esses novos cenários.

Eu  chamaria atenção para a forma mais interessante de tornar-se competitivo, que é aquela onde essa busca tem, genuinamente, como objetivo principal, oferecer o melhor ao seu cliente/paciente. E essa busca perpassa por todas as áreas da organização. Não se trata de ações superficiais, como fazer apenas um treinamento de atendimento de excelência, sem mudar seus processos internos.

VB – Podemos considerar momentos como esses de grandes mudanças, uma oportunidade de buscar ajuda de uma consultoria especializada em gestão? Como vocês  podem ajudar essas empresas de saúde?  Como funciona um trabalho de consultoria?

Nosso trabalho é bastante amplo e tudo vai depender das necessidades do cliente, mas o primeiro passo de qualquer trabalho de consultoria, é conhecer esse cliente em profundidade, para que assim possamos propor soluções  totalmente customizadas a essas necessidades. 

Falando mais especificamente da minha forma de atuação, gosto de pôr a mão na massa, de estar junto com o cliente não só nas etapas de análises, mas principalmente, na execução das estratégias traçadas, até porque tudo acontece de forma simultânea, sistêmica. E umas das falas que mais escuto é de frustração entre as “orientações” dadas pelas consultorias e a sua aplicabilidade. O que realmente é uma das etapas mais difíceis, uma vez que exige mudanças não só de processos, mas, principalmente, mudanças de mentalidade e de comportamento por parte de todos, principalmente da alta administração.

 

VB – Você  fala muito na necessidade de profissionalização. Poderia nos explicar melhor como acontece esse processo? 

Essa é uma excelente questão que acho que se confunde um pouco com “tirar os donos”, demitir. E eu diria que não é isso, em absoluto! Profissionalizar significa buscar trabalhar com métodos científicos, com conhecimento técnico de ferramentas de gestão, que lhe trarão conhecimento fidedigno do mercado, dos seus pontos fracos, e assim sair de ações baseadas apenas na intuição, na experiência (que talvez não seja  a mais eficaz para esse novo cenário).

Profissionalizar também perpassa em treinar, capacitar sua equipe, desenvolver sua capacidade de análise, de solução de problemas, ter processos padronizados. Institucionalizar uma cultura de excelência. Só assim elas serão competitivas!

 É importante ressaltar que nesse processo de profissionalização da gestão, existem duas grandes barreiras: a resistência  das pessoas ao novo, com hábitos e  comportamentos imensamente arraigados (aquela velha máxima: eu sempre fiz assim e deu certo …..) e a resistência da própria  diretoria da organização em mudar a sua forma de atuação.

VB – Esse trabalho pode ser aplicado em empresas de todos os portes,  inclusive as de pequeno porte? 

Pode ser aplicado em empresas de todos os tamanhos. E eu diria que as empresas pequenas que já começam com essa percepção de profissionalização e excelência estão conseguindo se destacar e crescer de forma sustentável e contínua. Se formos analisar algumas das empresas que estão se destacando atualmente, são empresas que desde o seu começo, valorizavam a excelência. Posso citar aqui o Instituto de Radiologia, onde tive a honra de passar aproximadamente 8 anos,  que há vinte anos já se preocupava com sua gestão.

Segundo um dos maiores estrategistas  do nosso século, o Professor  Michel Potter, da Universidade de Harvard,  “você não precisa se preocupar em competir com o outro, se você  tiver a preocupação constante de melhorar a si mesmo, continuamente”. Acredito que ter essa percepção de melhoria contínua, faz toda  diferença.

Consultora Adriana Benavides (foto: Tiago Hilário) Instagram: @consutoriaadrianabenavides www.adrianabenavides.com.br 84 9 9992 7560

ADRIANA BENAVIDES – Consultora Empresarial, formada em Administração de Empresas, com Especialização em Gestão Estratégica de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas – FGV/SP, Gestão Estratégica de Negócios- Fundação Getúlio Vargas – FGV/SP, Gestão do Varejo pela Universidade de São Paulo – PROVAR USP, com participação em vários cursos nacionais e internacionais no Brasil e no exterior. Apaixonada pelo  segmento da saúde,  tendo  participado do Curso EINSTEIN EXPERIENCE WEEK, que tem como principal objetivo disseminar as melhores práticas de gestão para empresas da área da saúde.

Atuou durante 7 anos no  INSTITUTO DE RADIOLOGIA DE NATAL, implantando Projetos de melhoria em áreas estratégicas, como gestão de pessoas, fluxo do paciente, atendimento, processos, custos, dentre outros. Atuou também durante 04 anos no Hospital do Coração, na área de gestão estratégica de pessoas, realizando Planejamento Estratégico, projetos de capacitação de toda a equipe, otimização de processos, atendimento.

 

 

 

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