Sesap diz que vacinas acabaram em Natal por ‘erro do município’ e avalia ceder reserva técnica para aplicação de 2ª dose da CoronaVac


Estado afirmou que município usou parte das doses que o Ministério da Saúde orientou que fossem destinadas exclusivamente à segunda dose para vacinar pessoas com a primeira, o que teria gerado ‘lacuna’.

A Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) confirmou nesta terça-feira (20) que avalia ceder parte da reserva técnica determinada pelo Ministério da Saúde ao município de Natal para aplicação da segunda dose da CoronaVac em idosos e profissionais de saúde que estão dentro do prazo da aplicação e ainda não conseguiram o imunizante.

Natal suspendeu pela segunda vez a aplicação da segunda dose da vacina CoronaVac contra a Covid-19 por falta de doses, nesta segunda-feira (19). O estado atribuiu o problema na capital a “erro do município”, que não teria seguido as orientações técnicas, e afirmou que não houve falta de segunda dose da vacina nos outros municípios do estado.

A segunda dose da vacina contra Covid-19 precisa ser aplicada entre o 14º e o 28º dia após a primeira dose e, segundo especialistas, o ideal é que ela ocorra entre o 21º e o 28º dia.

“A Sesap está discutindo com a Câmara Técnica de Vacinação a possibilidade de disponibilizar parte da reserva técnica para Natal, para não deixar idosos e profissionais de saúde sem completar o esquema vacinal por erro do município”, informou.

Capital usou doses para primeira aplicação

A Sesap afirmou distribuiu todas as doses entregues pelo Ministério da Saúde aos municípios e disse que o município de Natal usou parte das doses que o Ministério da Saúde orientou que fossem destinadas exclusivamente à segunda dose (D2) para vacinar pessoas com a primeira dose (D1). Dessa forma, a cada nova remessa recebida pelo município há uma lacuna.

“Não há registro de problema similar em outros municípios do Rio Grande do Norte. O município de Natal não seguiu as orientações da Nota Informativa nº 15 que, de forma clara e objetiva, deu conhecimento que o maior volume de doses recebidas naquele momento destinava-se à D2. Utilizá-las como D1 acarretaria, inevitavelmente, este problema”, afirmou a pasta.

Na nota informativa publicada no dia 2 de abril, a Sesap informava que não teria como autorizar o uso das doses enviadas na data de hoje como D2 para uso como D1 “para própria segurança do usuário que realizou a primeira dose e que precisará ter assegurada sua segunda dose, bem como para a segurança dos gestores que poderão ser responsabilizados caso façam uso da D2 como D1, e que diante da aproximação do período de realização da D2 não possa fazê-la por indisponibilidade do insumo”.

Em entrevista ao RN1, da Inter TV Cabugi no dia 14 de abril, Juliana Araújo, diretora do Departamento de Vigilância Sanitária de Natal, confirmou que a Secretaria Municipal usou doses que deveriam ser para segunda dose como primeira dose, por causa da demanda de pessoas que procuravam o atendimento. De acordo com ela, o número de doses enviadas pelo Ministério da Saúde era insuficiente para atender todos os grupos anunciados.

G1 RN

 

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