Síndrome de Down: os avanços na medicina que aumentaram a expectativa em 400% nas duas últimas gerações


Fatores incluem melhorias em métodos de diagnóstico de problemas cardíacos e técnicas cirúrgicas, no conhecimento sobre a condição e ampliação da inclusão sociocultural

Maria Cristina de Orleans e Bragança, de 33 anos, tem origem real, síndrome de Down e uma vida comum, como a de outras pessoas de sua faixa etária. A princesa da família real brasileira – filha do príncipe Dom João de Orleans, bisneto da princesa Isabel e tataraneto de Dom Pedro II, e da arquiteta Stella Lutterbach – namora, cozinha, vai ao cinema, sai com os amigos, faz terapia e zumba, treina com um personal, tem aula de cerâmica e roteiro, entre outras atividades. A jovem, que sonha em se casar e ser diretora de novela, faz parte de uma nova geração de pessoas com síndrome de Down que chegam à idade adulta com saúde, bem-estar, autonomia, disposição e uma expectativa de vida cada vez maior.

Estudo publicado no periódico científico European Journal of Public Health mostrou que, nas duas últimas gerações, a expectativa de vida de pessoas com Down subiu de 12 para 60 anos e a expectativa é que ela aumente cada vez mais. Os principais fatores que contribuíram para isso foram avanços na medicina em si, como métodos de diagnóstico de problemas cardíacos precoces e técnicas cirúrgicas; avanço no conhecimento médico sobre a condição; maior acesso aos serviços de saúde e a ampliação das políticas de inclusão.

— Hoje existem consensos mundiais da prática clínica voltada para crianças, adolescentes e adultos com síndrome de Down. Mas os avanços que mais mobilizaram a longevidade de pessoas com a síndrome foram as cirurgias cardíacas e o tratamento das infecções — diz o médico geneticista Juan Llerena, coordenador do Centro de Genética Médica do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) .

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