A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) Natal instituiu gabinete de crise com a intenção de discutir ações que visem o combate às arboviroses e para atualização do Plano de Ação Municipal Emergencial para Combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como Dengue, Zika e Chikungunya no Município de Natal em 2024. O encontro também marcou o lançamento do atlas contendo as áreas suscetíveis para o adoecimento por arboviroses no município.
Em Natal, nas três primeiras semanas do ano de 2024, foi registrado um aumento de 46% na notificação dos casos de arboviroses, comparando com o mesmo período no ano de 2023. Até o dia 20 de janeiro, foram contabilizadas 160 notificações para as doenças.
Os números servem de alerta para casos de epidemias que acontecem no país, e podem se estender para todo o território nacional. No município, questões climáticas, como o calor em excesso com chuvas espaçadas comuns no início do ano, criam o cenário ideal para a procriação dos mosquitos.
“No Brasil, foi detectada a volta de um novo sorotipo de dengue, do tipo 3, que estava há cerca de 15 anos sem circular pelo país, e pode causar complicações mais graves e internações, então temos uma quantidade de população que não tem memória imunológica para a doença. Portanto, é importante ficar atento e tomar os cuidados para prevenir antes que a situação se agrave.”, reforça o secretário municipal de saúde, George Antunes.
Durante o encontro foi elaborado o plano municipal de contingência das arboviroses, estabelecendo as ações e estratégias que serão implementadas para prevenir uma eventual situação epidêmica em Natal, como sensibilização da rede de saúde do município, assistência farmacêutica e laboratório, além de gestão de recursos humanos para as áreas que apresentam a maior concentração de casos para as doenças.
No entanto, essas ações devem ser somadas aos cuidados diários da população. Segundo dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, cerca de 75% dos criadouros de mosquito foram localizados dentro ou no entorno dos domicílios. “É importante ressaltar que a conscientização individual é o mais importante nesse processo, verificando, pelo menos uma vez por semana, locais que possam acumular água na sua residência, como vasos de plantas, a parte traseira do freezer da geladeira, verificar quintais e caixas d’água, e outros locais que podem servir de foco para proliferação dos mosquitos”, ressalta Jan Pierre Araújo, chefe da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ).
O gabinete para o combate às arboviroses é composto por representantes do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ/DVS), Setor de Vigilância Epidemiológica (SVE/DVS), Departamento de Atenção Básica (DAB), Departamento de Atenção Especializada (DAE), Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF), Setor de Assistência Laboratorial.
Atlas áreas suscetíveis para o adoecimento por arboviroses em Natal para o ano de 2024
Desenvolvido pela Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) com base nas análises epidemiológicas, entomológicas e estatísticas coletados sobre a dinâmica das arboviroses nos últimos quatro anos (de 2019 a 2022), o atlas tem a intenção de apresenta as áreas com maior riscos de adoecimento por Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela em Natal.
O Atlas está disponível aqui. no endereço eletronico: https://www.natal.rn.gov.br/
Ações contínuas
A equipe da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) realiza tratamento focal de arboviroses na cidade durante todo o ano, com visitas acontecendo nas residências nos cinco distritos sanitários do município. A UVZ também realiza atividades como o trabalho ampliado de educação e divulgação em saúde; bloqueios químicos com as unidades de baixo volume (fumacê portátil) em bairros com casos prováveis ou confirmados de arboviroses. Além de atividades de coleta de pneus, que em 2023 totalizaram 153.552 pneus retirados das ruas de Natal, ação em parceria com a Companhia de Serviços Urbanos de Natal (URBANA) e a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SEMSUR).
Natal também utiliza a tecnologia das ovitrampas, armadilhas que ajudam no monitoramento e controle dos mosquitos que podem causar arboviroses, tecnologia utilizada desde 2015 em Natal, que a partir do ano passado como referência de metodologia de monitoramento entomológico para o programa nacional de vigilância das arboviroses do Ministério da Saúde em todo o país.