Estar com pessoas da mesma faixa etária pode auxiliar em uma melhor constância na prática de exercícios
Com a tecnologia, os mais jovens costumeiramente tendem a ficar ligados nas telas dos seus celulares, computadores e videogames. Após passar pela quarentena em casa, isso aumentou. Com a retomada das atividades mesmo ainda em período de pandemia e a possibilidade de voltar ou até começar a treinar nas academias, os pais podem se questionar: “como faço para que meu filho comece a realizar exercícios?”
Segundo o coordenador fitness da Bodytech Tirol, Thiago Siqueira, os adolescentes não se identificam com treinos monótonos e repetitivos. “O ideal é prescrever treinos mais dinâmicos, em circuito por exemplo. Além disso, mudar os exercícios com uma frequência maior do que faria para outros públicos, se puder passar um treino diferente a cada dia, melhor ainda”, explica ele. Um outro fato que aponta ser importante no auxílio da aderência às rotinas é ter outras pessoas da mesma faixa etária nestes ambientes, já que o fator social é bastante importante para os adolescentes.
Ainda segundo o coordenador fitness, quanto mais cedo começar, é melhor. Em relação a musculação, a idade mínima para iniciar é aos 12 anos. A prática de exercícios de forma orientada e regular é importante em todas as idades, não apenas para adolescentes. Alguns benefícios são: controle do peso corporal, fortalecimento do sistema imunológico, melhora da aptidão cardiorrespiratória, diminuição do risco de algumas doenças, como câncer, diabetes e hipertensão arterial.
Treino em família
Kilza Medeiros, de 42 anos, realiza seus treinos na Bodytech Tirol e conta que iniciou a prática de atividade física constante durante a gestação do seu terceiro filho, quando tinha diabetes e fazia uso de insulina. Por isso, foi orientada a realizar exercícios. “Tomei gosto, virou vício e nunca mais parei. Algum tempo depois consegui trazer meu marido e hoje estamos diariamente treinando”, conta ela.
Os filhos de Kilza não ficaram fora disso. Maria Cecília, de 17 anos e Filipe, de 14, começaram a crescer e viram que a rotina dos seus pais fazia bem para eles, então eles mesmos pediram para entrar na academia.
A dupla de irmãos já treinava handebol na época que começou a treinar. A mãe explica que, embora os dois sejam atletas, eles sabem que precisam de um pouco mais do que os treinos esportivos e, por isso, praticam a musculação. “O corpo não sentiu muito quando começamos. Mais difícil foi driblar a preguiça, mas agora vamos de boa. Quase não faltamos”, dizem eles.
Os treinos que cada membro da família realiza são diferentes, mas eles sempre tentam ir todos juntos, no mesmo horário. “Um vai estimulando o outro. Quando alguém tem preguiça de ir, o outro puxa”, diz Kilza.
Filipe e Cecília afirmam que se sentem mais dispostos para realizar as obrigações do dia-a-dia. A Cecília irá realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) esse ano e essa é uma forma que ela encontra para melhorar o rendimento nos seus estudos. “Os exercícios me trazem disposição para estudar depois de um treino. Minha cabeça fica mais tranquila e, como farei a prova esse ano, às vezes fico estressada”, expressa.